Finlandeses destacam diversidade na indústria de games e projetos no gamescom latam (Foto: Divulgação)
Maior evento de games do mundo, a gamescom latam será realizada pela primeira vez na América Latina, tendo como país-sede o Brasil. Durante os dias 26 e 30 de junho, na São Paulo Expo, criadores e desenvolvedores de jogos terão a oportunidade de interagir, exibir seus jogos ao público e estabelecer networkings valiosos para uma indústria que continua em crescimento e deverá alcançar a cifra de US$ 321 bilhões de dólares até 2026 em todo o mundo, segundo a consultoria PwC.
> Siga o Virgula no Instagram! Clique e fique por dentro do melhor do Entretê!
O Brasil é o maior mercado Latino-Americano de games e considerado o 5° em população online, com uma estimativa de 103 milhões de jogadores. Segundo o relatório Game Brasil 2022, 74,5% dos brasileiros são adeptos a jogos eletrônicos e o setor movimenta R$12 bilhões ao ano no país.
Em busca de promover negócios e aproximar alguns hubs de excelência de desenvolvimento de games, a Associação Brasileira das Desenvolvedoras de Games (Abragames) convidou especialistas de várias partes do mundo para participar de painéis durante o gamescom latam. Entre os convidados, estão dois representantes da Finlândia, país que está entre as cinco maiores indústrias de games da Europa e é uma desenvolvedora líder de jogos para celular.
A Business Finland, organização governamental para financiamento de inovação e promoção de comércio, viagens e investimentos, também marca presença no evento destacando a cultura de trabalho única do país mais feliz do mundo e as oportunidades de cooperação com o Brasil.
“Finlândia e Brasil se complementam; o Brasil com um enorme potencial de mercado para os games finlandeses e o país nórdico com modelos de aceleração de empresas e de criação de ecossistema exemplar, por isso, é tão importante esta aproximação e troca de experiências”, revela Eliana Russi, diretora Internacional da Abragames e curadora do conteúdo B2B da gamescom latam.
FINLÂNDIA
Esta é a segunda vez que Suvi Kiviniemi, head da incubadora de jogos LGIN da Universidade Metropolitana de Ciências Aplicadas, visita o Brasil para falar da experiência na indústria de jogos. Elu está neste mercado há 12 anos e conta que está ansiose para participar do gamescom latam onde vai colaborar em dois painéis. “Meu primeiro painel é sobre projetos de incubadoras e aceleradoras no setor de games e como eles podem ajudar projetos e startups, e o segundo é sobre ações práticas para ampliar a diversidade. Esse ainda é um campo muito dominado por homens, e outros aspectos da diversidade também precisam ser melhorados – ainda assim, estamos indo na direção certa, e boas iniciativas estão acontecendo ao redor do mundo”.
Sobre o mercado brasileiro, Suvi comenta que tem percebido o apoio do governo do país e comemora a proximidade com a Finlândia. “”A Finlândia e o Brasil têm muito potencial para mais colaboração e, para construir isso, é importante entender diferentes pontos de vista. Os desenvolvedores precisam conhecer outras pessoas e culturas para que a cultura de trabalho da nossa indústria possa ser aberta e frutífera, e os jogos que fazemos e as histórias que contamos possam representar todos. Os jogos estão em todo o lado e são para todos”, afirma.
Conselheiro principal para as políticas da Neogames e diretor executivo da Federação Europeia de Desenvolvedores de Jogos, Jari-Pekka Kaleva estará no Brasil pela primeira vez. Ele conta que vem em busca de estreitar as relações com o mercado brasileiro e latino-americano de jogos, além de construir conexões e encorajar as empresas europeias a se aventurarem pelo mercado promissor de games no Brasil. “Esta é a primeira vez que a gamescom está sendo organizada na América Latina e, para mim, é o começo de uma longa parceria entre a indústria brasileira, a latino-americana e as indústrias europeias”, afirma ele.
Com destaque para o mercado finlandes de games, Jari-Pekka reforça a busca do país nórdico pelo recrutamento de novos talentos e incentivos que fortaleçam a indústria local, colocando-a em evidência em todo o mundo e gerando oportunidades. “O acesso a talentos globais de alto nível tem sido o maior desafio para o crescimento da indústria, por isso, o governo finlandês tem investido em tecnologia e inovação e garantido que os processos de imigração sejam mais rápidos”, pontua.
INCENTIVOS
Destino promissor para talentos brasileiros e startups no exterior, o mercado de games finlandês movimentou cerca de €3.2 bilhões em 2021 (NeoGames), um valor recorde que se manteve em 2022. Os jogos finlandeses para dispositivos móveis têm conquistado o mundo. O país nórdico também é o 13º ecossistema emergente mais propício para startups, segundo o Global Startup Ecosystem Index 2023, desta forma, a Work in Finland e Business Finland têm explorado oportunidades no país.
“A Finlândia quer se tornar ainda mais competitiva mundialmente, por isso, está atraindo talentos e startups brasileiras inovadoras. O país investe em programas de aceleração de startups, eventos para empreendedores e talentos, além de ter um ecossistema de apoio ao talento internacional”, explica Alessandra Leone, gerente de Talentos da Business Finland.
De olho no mercado internacional e nos benefícios que o país nórdico oferece, Gilberto Barroso e Vitor Azambuja, que lançaram, em 2016, a startup educacional De Criança Para Criança, que transforma as histórias criadas pelos alunos em desenhos animados narrados ou jogos, abriram uma sede da empresa, em março deste ano, em Helsinque.
Com o apoio da Business Finland, Gilberto se mudou com a esposa e os três filhos para o país nórdico, e já começou a estruturar o projeto de expansão da empresa. “O suporte do governo finlandês tem sido a base para levar o programa para outros países da europa como Alemanha, Dinamarca e Ucrânia e a expectativa é aumentar nosso faturamento entre 30 e 40% ”, afirma.
Entusiasmado com a nova vida no país da aurora boreal, saunas e papai noel, os empresários estão felizes com a oportunidade de expandir o negócio para o mundo. “A Finlândia é referência em educação mundial e tem uma indústria de jogos forte, por isso, para nós é um hub importante de distribuição do nosso negócio para toda a Europa”.
