Os Estados Unidos foram o país que mais solicitou informação privada ao Facebook sobre seus usuários durante o primeiro semestre de 2013, e o Brasil está entre os dez mais, segundo relatório publicado pela empresa nesta terça-feira.
Entre 1º de janeiro e 30 de junho deste ano, 74 países pediram informação sobre 37.954 contas de usuários, 53,9% solicitadas pelos EUA.
O Facebook respondeu positivamente as solicitações do governo americano em 79% dos casos, mas não deu mais detalhes do tipo de conteúdo e motivação para a entrega dos dados.
Em seguida aparecem na lista Índia, Reino Unido, Itália, Alemanha, França, Brasil, Espanha. Austrália e o Chile em décimo.
O Brasil teve 715 solicitações feitas para 857 contas e, segundo a empresa, somente 33% dos pedidos foram atendidos. As informações solicitadas, esclareceu a rede social, são na maior parte das vezes “relacionadas a casos criminais, como roubos ou desaparecimentos”.
O diretor jurídico do Facebook explicou como são processados os pedidos: “Levamos em conta nossos termos, a legislação aplicável e ainda exigimos uma descrição detalhada de bases factuais e legais para cada requisição. Contestamos quando encontramos deficiências legais ou quando identificamos que são muito amplas ou vagas”.
Ao tornar público o relatório, o primeiro elaborado pela rede social com esse grau de detalhamento, o executivo explicou que querem “mostrar aos usuários a natureza e alcance das solicitações” e o modo como lidam com elas.
O Facebook deu este passo depois que Microsoft e Google tomaram atitude semelhante após a polêmica revelação que as companhias do setor tecnológico colaboravam com as autoridades dos EUA e forneciam informação sobre seus usuários sem que eles soubessem.
No comunicado, o Facebook diz estar “pressionando o governo dos Estados Unidos a permitir mais transparência em relação a essas solicitações, incluindo números específicos e tipos de solicitações relacionadas à segurança nacional”.
