“Não tá fácil pra ninguém”. Ouviu essa expressão recentemente? Todo mundo ouviu. E para os cosplayers da Comic Con Experience 2015, a crise pegou também. Na segunda edição do evento, realizada no Expo São Paulo, os fãs de séries, animes e quadrinhos capricharam no visual para curtir o evento, mas com suas limitações orçamentárias.
Cosplayers mais fiéis ao segmento rejeitam o termo “cospobre”, uma brincadeira surgida na internet para explicar aqueles que montam suas fantasias com peças improvisadas e um orçamento mais limitado, o que gera claro, algumas bizarrices.
Caminhando pelos corredores, é impossível não notar a presença de dois robôs com fantasias muito incrementadas tirando fotos com todos que passam. Por baixo das máscaras estão os suados Jonathan Brito, 19 anos, e Wescley Azevedo, 22, vestidos como Homem de Ferro e Ultron. Vindos de Belém, a dupla fez cosplays bem detalhados, mas sem desperdiçar dinheiro. “A gente gasta, mas reaproveita muito material de outras fantasias”, disse Brito. “A maior parte da armadura é de borracha reciclada, pneu prensado. Só os capacetes que são impressos em 3D, que é o mais caro”, completou Wescley. Os cosplays dos paraenses estavam entre os que mais chamavam atenção e longe de serem os mais caros: entre R$ 200 e R$ 300.
Aos 35 anos, Deco optou por uma fantasia que talvez não combinasse tanto com seu tipo, mas certamente foi um dos mais assediados ao aparecer de peruca loira como Sailor Moon, ou como ele mesmo definiu: Sailor Monstro. “Fiz especialmente pra esse evento. Nunca tinha experimentado isso. A cada dez passos alguém pede pra tirar uma foto. É um dia de celebridade”, disse. “Estou mais pra cospobre. A peruca eu comprei, mas o vestido eu mandei fazer”, completou.
“É um dia de celebridade na vida. Uma cosmaker me ajudou a fazer. Pra ficar bom tem que investir mesmo”, disse Camila, 24 anos, que gastou entre R$ 700 e R$ 800 na sua fantasia de Jade, do Mortal Kombat.
“A pessoa deve fazer o personagem que ela gosta e não ir pela cabeça das pessoas. O que importa é a diversão”, disse Iago, de 23 anos, que estava fantasiado como o vilão Jafar, de Alladin.