“Deepfakes estão entre nós”: Luciéllio Guimarães explica impacto da IA na confiança entre pessoas (Foto: Divulgação)

A personagem Marisa Maiô — criada por inteligência artificial e viralizada nos últimos dias — acendeu um alerta que vai muito além do entretenimento: em um mundo onde rostos, vozes e comportamentos podem ser forjados com altíssima precisão, como confiar no que vemos? E pior: como proteger a própria imagem da manipulação digital?

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Para o estrategista de imagem pública Luciéllio Guimarães, o caso expõe um problema que já bate à porta das pessoas comuns. “Não estamos falando de ficção. Hoje, qualquer pessoa pode ter sua imagem usada indevidamente para dizer ou fazer algo que nunca fez. Isso tem impacto direto na vida real — de relações pessoais a processos judiciais.”

A questão central, segundo ele, é a erosão da confiança como base das interações humanas. “Se não podemos mais confiar que um vídeo mostra o que realmente aconteceu, tudo fica em xeque: reputações, provas, afetos. A imagem perde sua força como evidência.”

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A facilidade com que conteúdos manipulados podem ser criados com ferramentas acessíveis preocupa. Em poucos minutos, é possível gerar um vídeo com voz, entonação e expressões faciais semelhantes às de qualquer pessoa. “A IA já consegue simular até as pausas e os vícios de linguagem de uma voz real. Para quem assiste, parece autêntico — e isso é perigosíssimo.”

Luciéllio aponta que a maior parte das pessoas ainda não entendeu o tamanho do problema: “Muita gente pensa que esse risco é só para famosos. Não é. Qualquer pessoa com um perfil público — seja em redes sociais, seja em um grupo de WhatsApp — pode ser alvo de um deepfake.”

Além dos riscos práticos, ele alerta para um efeito psicológico e social mais profundo: a desconfiança generalizada. “Vamos chegar num ponto em que ninguém mais acredita em nada. Isso afeta amizades, casamentos, relações de trabalho e até decisões judiciais. Quando tudo pode ser falsificado, o real vira suspeito.”

A recomendação, segundo Luciéllio, é que as pessoas comecem a pensar na proteção da própria imagem digital como uma questão de cidadania. “Assim como protegemos senha e CPF, precisamos agir com cuidado ao nos expor, pensar antes de compartilhar qualquer vídeo ou áudio e cobrar leis mais duras para quem falsifica a imagem dos outros.”

Ele finaliza com um alerta direto: “A tecnologia avançou mais rápido que a ética. E enquanto a sociedade não acompanhar esse ritmo, todos estaremos vulneráveis. O caso da Marisa Maiô é só o trailer do que já está em curso.”


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"Deepfakes estão entre nós": especialista explica impacto da IA na confiança entre pessoas

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