Aos 83 anos e com uma vasta carreira como ator, talvez nem todos se lembrem de que Tony Tornado foi um dos percussores de da black music no país. O cantor, que lançou dois álbuns de estúdio na década de 70, morou durante quatro anos nos Estados Unidos, onde via shows de seus ídolos do soul e funk, e traficava drogas para conseguir dinheiro. Tornado falou sobre esse período em uma entrevista concedida à revista Sexy.

Paulista, Tornado logo trocou São Paulo pelo Rio de Janeiro, aos 13 anos. “Já sentia que tinha tomado a picadura artística”. O passo seguinte foi os Estados Unidos, onde viveu ilegalmente por quatro anos: “E eu vivi no meio das drogas, vendi drogas nos EUA, mas nunca nem bebi cerveja, nunca fumei, nunca fiz nada. E não foi por pudor, foi porque não queria”.

Em terra estrangeiras, além de vender drogas, Tony trabalhou como cafetão, mas o que trouxe para o Brasil foi a memória e a inspiração dos shows que via quase diariamente no Apollo Theater. Ray Charles, Isaac Hayes, Marvin Gaye e James Brown, seu maior ídolo, faziam suas apresentações lá.

De volta ao país, Tony começou a fazer seus shows com Gerson King Combo, Cassiano e com o seu amigo, Tim Maia. Nessa época ele teve um encontro inusitado com Janis Joplin, nas areias de Copacabana. “Atravessei a Av. Nossa Senhora de Copacabana com ela no colo até chegar no Porão 73, onde a gente tocava. Mas você não acredita, depois que demos um banho nela, ela cantou até às 7 da manhã”, contou ele à revista.


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Tony Tornado conta sobre quando foi cafetão e traficante nos EUA