Tommy Hilfiger e o estilo americano
Créditos: Getty Images
Quando se fala em moda, logo nos vêm à cabeça Paris e os estilistas europeus, mas a América (que teve predecessores do porte de Charles James na metade do século 20) criou e impôs o seu próprio estilo ao mundo. O esportivo, a moda jovem, o conforto e o casual são marcas de uma cultura americana de se vestir assim como a substituição do tênis pelo sapato como calçado do dia-a-dia. Essa atitude americana de enxergar a moda por um outro viés, influenciada pelas ruas, tem em um de seus pilares Tommy Hilfiger que completa nesta quinta-feira (24), 60 anos.
Nos anos 70, com a febre das discos, a roupa precisa ser confortável para garantir os movimentos do corpo em uma pista de dança. O grande estilista Halston – frequentador do Studio 54 – enxerga na maleabilidade do jérsei, o tecido capaz de trazer uma certa elasticidade e ao mesmo tempo elegância. Já Calvin Klein elege o jeans, que estava em alta desde os anos 60 como uniforme dos jovens, e o coloca em outro patamar, que na sua radicalização irá hoje se encontrar no tal “jeans premium”. O papel de Tommy Hilfiger na construção de um estilo americano acontece no momento que olha a cultura dos negros e investe nesse mercado. O esportivo ligado ao basquete assim como o oversized, isto é, as peças de tamanho grande lançadas pela cultura hip hop (que na verdade é uma reatualização dos ternos zoot usados pelos negros e latinos nos Estados Unidos da década de 1930) são elementos importantes para a formação da imagem da marca Tommy Hilfiger.
O estilista fundou sua própria marca em 1985, mas no começo dos anos 90, quando o rapper Snoop Dogg aparece com uma camiseta com o logo da marca no programa Saturday Night Live, está consolidada a ideia de uma grife esperta que olha as ruas e era – na época – a preferida dos jovens negros.
Tommy sempre prestigiou esse segmento do mercado, tanto que negros sempre estão dentro de suas passarelas ou de suas salas de desfiles. E foi graças a esse olhar sobre a cultura black que ele tem seu lugar na importância da difusão do estilo americano de se vestir.