Talento consolidado no teatro e no cinema, a atriz niteroiense,Tati Villela estreia seu primeiro papel na TV, no elenco de “Vai na Fé”, próxima novela das sete, na Rede Globo, dando vida a personagem Naira.
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Premiada como ‘Melhor Atriz’ no Festival do Rio, por sua atuação no filme “Mundo Novo”, de Álvaros Campos, a artista também é autora do livro “Pretamofose” e ainda integra o grupo artistico negro “Confraria do Impossivel” e a banda de Ritual-Performace e dramaturgia preta “Dembaia”.
Juntando-se a um elenco de peso que conta com Sheron Menezes, Carolina Dieckmann e Jonathan Haagensen. Na trama, ela contracena com José Loreto, que será o cantor Lui Lorenzo e Renata Sorrah, que interpretará a mãe dele, Wilma.
Empolgada com a personagem Tati conta que a vê como uma super heroína. “Naira está me trazendo muita felicidade pela oportunidade de mostrar o meu trabalho para milhões de pessoas. Acredito que a arte serve para acalentar, alegrar e também para politizar”, então ela complementa: “Vivemos num momento onde não podemos mais engessar e cair nos velhos estereótipos de sempre, ainda mais eu sendo uma mulher preta, retinta e alta. Se deixarmos, continuaremos nos colocando no mesmo lugar. Portanto, eu estou tentando construir um personagem mais humanizado. A Naira tem cenas onde ela é a pessoa que resolve tudo, que liga, que abre, que acha. Eu a vejo como uma super-heroína, como muitas que vemos por aí: que pegam ônibus, trem lotado, vão pro trabalho servir a pessoas que muitas vezes até as tratam mal e passam sem ser percebidas”, frisa.
Escrita por Rosane Svartman, autora de diversos sucessos na Globo, como as novelas “Totalmente Demais” e “Bom Sucesso”, “Vai na Fé” é uma novela muito aguardada pelo público e traz um elenco de peso, como Renata Sorrah, que faz parte do núcleo da novela em que Tati atua. “É interessante a construção que eu e Renata Sorrah estamos dando às nossas personagens. Elas apresentam intimidade, confiança e amizade. E não é aquele papo racista de falar que é da família. É um cuidado de alguém mais novo com alguém mais velho; que ama, que cuida, que respeita, que está atento, sobretudo por sermos duas mulheres”, destaca.
Para Tati, essa nova experiência, agora televisiva, tem sido muito gratificante e enriquecedora. “Tô muito feliz com meu trabalho e estou dando a sorte de entrar numa novela com uma temática que vai chegar até o povo, além de ter um grande número de atores pretos no elenco, o que me dá um acalento no coração de não estar sozinha”, pontua.
Nascida em Niterói, no bairro Cubango, Villela iniciou sua caminhada na arte ainda pequena. Ao longo da vida, fez cursos de teatro e participou de diversos projetos culturais em busca de uma carreira artística. A arte, aliás, já estava no sangue da família, repleta de sambistas, compositores e escritores, mas nem todos puderam exercer plenamente os seus sonhos. “Tenho tias que cantavam lindamente, mas para conseguir se manter, precisaram buscar outros caminhos, e se tornaram empregadas domésticas e funcionárias públicas”, conta. “Meus pais sempre trabalharam duro e nos falaram que o estudo era a solução. Lembro que eu não tive coragem de prestar vestibular para Artes Cênicas. Queria fazer algo que pudesse dar mais condições à minha família”, sendo assim ela decidiu fazer Química Industrial na UFRRJ, no entanto os caminhos da vida a fizeram voltar à arte, onde, definitivamente, é o seu lugar. Com orgulho, ela diz: “Atualmente, eu consigo viver como artista”, ressalta.
Tati acumula um vasto currículo no teatro e atualmente integra o time da Confraria do Impossível, um premiado grupo artístico negro que realiza intervenções culturais e políticas na cidade do Rio de Janeiro desde 2009. Além disso, atua como performer, compositora e dramaturga no Grupo Dembaia, um grupo formado por cinco mulheres pretas que desenvolvem um trabalho de sonoridades da África do Oeste e diáspora, como jazz, funk e blues. No cinema, já atuou em filmes, um deles, inclusive, chamado “Mundo Novo”, lhe rendeu o prêmio de ‘Melhor Atriz’ no Festival do Rio 2021. Além deste, “De pai para filho”, que será lançado no ano que vem, o longa-metragem internacional “Mary”, do diretor português Pedro Varella, e a série “How to be a Carioca”, disponível na Star+. Também é dramaturga do espetáculo de grande sucesso chamado “Amor e outras revoluções”, em que atua ao lado da namorada Mariana Nunes; nesta peça, o amor entre duas mulheres pretas ocupam o centro da cena.
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