João Kléber


Créditos: Adriano Alves

João Ferreira Filho começou sua carreira aos 14 anos na rádio. Ainda jovem entrou para a TV e logo percebeu que o que queria fazer pelo resto da vida era humor. Nesta sexta-feira (02), João Kleber – como é conhecido – completa 56 anos, fazendo o que sempre quis, embora com algumas polêmicas na bagagem.

Ele trabalhou com Chacrinha, Chico Anysio e Jô Soares. Fez apresentações do tipo stand up, antes de ter esse nome, trabalhou como ator, como redator de esporte. Entretanto, foi com o Teste de Fidelidade que ele ganhou mais atenção do público e da crítica.

Em entrevista exclusiva ao Virgula Famosos, o apresentador falou da sua carreira, da participação no reality A Fazenda, e é claro, do Teste de Fidelidade.

Leia abaixo a entrevista exclusiva com João Kleber.

Virgula Famosos – Quando você iniciou sua carreira, o que pensava em fazer?

João Kleber – Meus ídolos de infância eram Chico Anysio e o Jô Soares. Eu comecei na rádio Jovem Pan com 14 anos em um programa de crônicas de futebol. Com 17 anos, eu fui parta a Globo e aos 20 era redator de humor, e minha vontade sempre foi trabalhar com humor.

Tem algum momento passado da sua carreira que você gostaria de reviver?

Uma época gostosa que eu vivi foi com o Chacrinha. Foi como uma aula, uma escola. Era um programa de três horas ao vivo.

O seu programa Eu Vi na TV era a maior audiência da Rede TV, mas também um dos mais criticados. A que você deve isso?

Isso aconteceu com todo mundo que fez programas populares, com o Ratinho, com a Márcia Goldsmith. O Chacrinha foi muito perseguido quanto a isso. E ele é um dos grandes gênios da televisão. Há uma perseguição contra programas populares, porque o que eu faço é entretenimento. Eu não faço nada que prejudique ninguém, que faça mal a ninguém. Quando eu entrei na Rede TV, no dia 1° de agosto de 1999, eu já dizia isso, que nós teríamos que conquistar a classe C e D. E hoje, o sonho das emissoras é esse. É só ver o programa da Fátima Bernardes, as novelas como Avenida Brasil. Os programas se tornaram populares.

Você acha que já passou do limite alguma vez nos seus programas?

Não. Talvez eu tenha passado (do limite) no passado, mas a gente amadurece, ganha experiência e toma alguns cuidados.

Quais cuidados você toma?

São vários, é até difícil numerar. Vocabulário, respeitar certas regras da sociedade e algumas outras coisas. Hoje, eu faço mais autocrítica. Agora o que eu faço é entretenimento, eu não posso fugir disso.

E existe limite para o entretenimento?

Claro que tem que ter um limite, mas não é essa a palavra. Eu acho que tem que ter bom senso. Eu, por exemplo, não falaria de certos temas que eu nem quero comentar aqui.

Você acha que foi injusto a determinação da justiça de tirar o programa Eu Vi na TV do ar, em 2005?

Eu estava em Portugal, nem fui notificado, mas faz parte. Eu não fico pensando no passado por que quem vive de passado é museu.

Como surgiu a ideia do Teste de Fidelidade?

Eu estava com minha ex-mulher em Nova York, e nós presenciamos uma briga de um casal por ciúmes. Eu então conversei com a Mônica Pimentel, que era minha diretora  da Rede TV! na época, e ela disse: ‘Por que você não cria um programa que tenha esse negócio de infidelidade?’. E nós fomos formatando.

Como vocês faziam para que ninguém descobrisse a filmagem?

A tecnologia está muito desenvolvida, você consegue esconder câmeras em vários lugares.

Ninguém nunca desconfiou?

Já, mas quando isso acontece, não vai para o ar.

Algum casal já se separou por conta do veredicto do Teste de Fidelidade?

Nós não aprofundamos nesse tema. O que eu faço é entretenimento. A pessoa pede para fazer o teste e nós fazemos.

Nunca existiu nenhum problema, mesmo durante a gravação, nos bastidores?

Eles discutem no corredor, brigam. Agora, se eles se separaram de vez, nunca mais se viram, isso eu não sei. A gente não entra na vida particular deles, mas dá para perceber que muitos relacionamentos já estão terminados antes do programa.

Tem alguém que você queria que participasse do teste?

Sim, os famosos, mas eles não querem se expor, não topam.

Você não sente ciúmes da sua namorada, Ester Matchuga, ser uma das sedutoras do Teste de Fidelidade?

Não, em nenhum minuto. Nós estamos no início do namoro ainda. Ela me conheceu fazendo isso, eu conheci ela fazendo isso. Eu não misturo trabalho com namoro.

Você toparia fazer o Teste de Fidelidade?

Isso é relativo. Quando eu estou num relacionamento, eu sou um bom marido. Quando eu estou em uma relação séria, séria-séria, casado, ou numa relação muito séria, eu jamais trairia. Eu até brinco dizendo: “Uma mulher já dá trabalho, duas então você já imagina”. E eu sou uma pessoa pública, qualquer coisa que eu faço, vira notícia. Eu acho importante abrir o jogo. Chegar e dizer: “Eu não estou feliz, não dá para continuar”. Eu tive três casamentos, e nos três eu fiz isso. Namoro é a mesma coisa.

Como foi fazer o Teste de Fidelidade em Portugal?

Foi muito bom. Para você ter ideia, foi a terceira melhor estreia da TV portuguesa.

Você se incomoda com as acusações de que o Teste de Fidelidade é armado?

Não, não me incomodo não. Eu acabei me acostumando. Hoje, eu prefiro deixar (essa pergunta) em suspenso, no ponto de interrogação. Para que eu vou falar que não é, se não vão acreditar? Isso me incomodava há oito anos, hoje não.

Como foi participar de A Fazenda?

Foi bom. Claro que eu não voltaria a fazer, mas foi bom. Eu acho que eu tive uma postura legal, eu era um cara companheiro, um cara correto.

Você tem acompanhado o Marcos Oliver no reality?

Eu vejo raramente. Ele é um cara do bem. Eu nunca tive nenhum tipo de problema com ele. Lógico que, como ele já está na final, ele vira alvo dos outros participantes.

Você pensa em fazer algo diferente na TV?

Meu sonho é fazer um talk-show.


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Criador do Teste de Fidelidade, João Kleber admite que já passou dos limites