Em uma entrevista franca e direta, Ney Matogrosso falou sobre drogas e homossexualidade para o Jornal da Tarde desta segunda-feira (24).

Como um pessoa de seu tempo, o cantor confessa que experimentou muitas drogas como era comum na sua geração de artistas. “Usei muitas drogas. E enjoei de todas elas. Mas estamos falando de uma outra época do mundo. Fazia parte da minha liberdade de experimentar tudo o que me interessasse. Estou falando de um momento em que o LSD abria as portas da percepção, sim. Há poucos anos, tomei um, porque uns amigos ficaram insistindo. Eu disse para eles: ‘Sinto muito, meus amigos, mas isso que tomamos não é ácido. Não abre as portas da percepção. É anfetamina'”.

Essa determinação de saber o que quer e o que deseja experimentar fez ele sair de casa cedo, aos 17 anos. Mas resolveu avisar os pais do projeto que estava participando: “Quando entrei de cabeça na música, eu era dono do meu nariz. Na época do Secos & Molhados [década de 70], eu disse aos meus pais: ‘Estou num grupo musical. Tenho impressão de que será escandaloso e estou avisando para vocês não tomarem muito susto’. Aí minha mãe disse: ‘Talvez, quem tome susto seja você, no dia em que me vir por lá’. Alertei: ‘Ok, mãe. Mas cuidado que eu vou estar pelado’ (risos)”.

Com o pai militar e que achava que artista homem é gay e artista mulher é vadia, diz que a única vez que ele falou de sua homossexualidade foi quando percebeu que Ney também curtia mulheres. “A única vez que meu pai se referiu a esse assunto foi quando ele percebeu que existia também um movimento de mulheres na minha vida. Ele me disse que achava que aquilo estava errado e que eu tinha que me definir. Ele achava errado a indefinição, que eu transasse com homens e mulheres. Respondi. ‘Eu não tenho de definir nada. Que papo e esse? Vou aproveitar tudo o que é bom na vida'”.


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"Sinto muito, meus amigos, mas isso que tomamos não é ácido. É anfetamina", diz Ney Matogrosso em entrevista

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