A emissora americana ABC exibiu na noite deste domingo o documentário de ficção "The Path to 9/11", apesar dos protestos da Fundação Bill Clinton, segundo a qual o programa insinua que o ex-presidente estava distraído demais com o caso Monica Lewinsky para se ocupar da Al-Qaeda.

O entourage de Clinton denunciou erros que afetam aquela que foi sua secretária de Estado, Madeleine Albright, e seu conselheiro nacional de Segurança, Sandy Berger.
 
Antes da exibição e no final do programa, a ABC destacou que o documentário tinha cenas de "ficção".
"O filme não é um documentário", destacou a mensagem, acrescentando que foi elaborado com base em várias fontes, inclusive o relatório independente sobre os atentados de 11 de setembro de 2001, entrevistas e material publicado.

De fato, o programa contém cenas críticas à administração Clinton. Numa delas, Berger aparece reticente ao dar luz verde a uma operação para prender Bin Laden.

Em outra cena, uma seqüência de Clinton e sua triste declaração de que não teve relações sexuais com a estagiária da Casa Branca Monica Lewinsky precede a uma conversa entre o czar antiterror, Richard Clarke, e um especialista do FBI representado por Harvey Keitel.
"O presidente me garantiu que isto não afetará sua decisão", diz o personagem de Clarke.

"Por isto, está bem se alguém mata Bin Laden, enquanto ele não tiver dado a ordem. É patético", responde o personagem de Keitel.

Não fica claro se algumas cenas diferem das exibições prévias da série, mas algumas pareciam incluir versões editadas dos episódios relatados pela imprensa americana.

O filme dividiu membros da comissão do 11/9, com os democratas afirmando que distorce o que ocorreu, enquanto o presidente da comissão, o republicano Thomas Kean, foi consultor da ABC para a elaboração da série.


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Rede ABC exibe documentário sobre 11/9 que critica Bill Clinton