A atriz Mara Wilson divulgou uma prévia de seu livro autobiográfico, Where Am I Now: True Stories of Girlhood and Accidental Fame, no jornal The Guardian. O livro da atriz que ficou famosa por filmes como Matilda e Uma Babá Quase Perfeita será lançado no próximo dia 22 de setembro e promete mostrar como foi a vida da atriz na época em que era famosa.
Na prévia, Mara, atualmente com 29 anos, fala do efeito nocivo que a fama teve na sua vida. “Ser fofa apenas me fez mais infeliz”, disse a estrela. “Em qualquer momento que alguém me disser o quanto eu era fofa, eu vou me encolher. Alguma coisa em relação a isso me faz me sentir pequena”, afirmou.
Mara diz que, exatamente por ser considerada fofa, sempre recebia papeis em filmes que eram “fofos demais” e que sempre eram personagens muito jovens, o que não fazia com que ela tivesse vontade de atuar. “Logo depois de Matilda, eu perdi minha mãe para o câncer. Treze meses depois dela ser diagnosticada. Meu pai se tornou super protetor e não me deixava nem atravessar a rua sozinha. Alguns anos depois disso, eu acabei recusando todos os roteiros que chegavam. Os personagens eram jovens demais. Aos 11, eu tive uma reação visceral aos ver um roteiro chamado Thomas And The Magic Railroad. Ugh. Eu pensei. Que fofo”, afirmou.
Aos 12, ela decidiu procurar seu nome na internet e teve uma grande surpresa com as críticas que achou. “Um site dizia que eu estava aparecendo em vários filmes por que logo estaria em uma idade em que teria seios, mas não teria idade suficiente para mostra-los para as câmeras”, afirmou. “Eu escondi meus seios com os braços só de ler isso. Naquela época eu fiquei abalada e até hoje tremo de pensar nisso. Quem você pensa que é para falar dos seios de uma garota?”, disse Mara.
A busca piorou muito quando ela foi para a segunda página. “Um site tinha uma descrição que dizia: se você quer ver fotos de Mara Wilson nua, clique aqui’. Meu estômago afundou e meu coração quase parou. Eu tentei desesperadamente encontrar sentido nisso tudo. Talvez uma atriz pornô com o mesmo nome. Não sei. Uma parte racional do meu cérebro me recordou que isso só podia ser uma montagem, uma foto manipulada, que eles colocaram minha cabeça em um corpo qualquer. Isso não me fez sentir nada melhor: quem era essa pobre garota anônima que tem um corpo que disseram que era meu? Eu chorei muito”, contou.
Mara disse que depois disso, suas experiências não foram melhores. “Aos 13, ninguém mais me chamava de fofa ou mencionava a minha aparência. Pelo menos, não de maneira positiva. Meu crush da sexta série me chamava de feia. Críticos diziam que eu tinha um olhar estranho e um garoto que eu gostava no acampamento que eu ia me disse: ‘você é a Matilda? Você ganhou muito peso desde lá, né?’. Eu fui para casa e chorei tomando milkshake”, contou.
“Quando eu estava sozinha, eu podia admitir que atuar não era a coisa mais legal do mundo. Mas eu tinha que continuar fazendo isso, não tinha? Isso era constante na minha vida. Minha família mudou, meu corpo mudou, minha vida mudou. Algumas vezes, eu sentia que atuar era tudo o que eu tinha”, afirmou.