A comovente recepção oficial em Veneza ao americano de origem colombiana Will Jimeno e a seu colega John Mcloughlin, os dois policiais que sobreviveam aos atentados de 11 de setembro de 2001 em Nova York e que inspiraram o filme de Oliver Stone "World Trade Center", As Torres Gêmeas, arrancou lágrimas e aplausos.
Ovacionados pelo público na passarela de entrada do Palácio do Cinema, os dois funcionários da autoridade portuária de Nova York receberam homenagem especial de uma delegação de policiais, bombeiros, carabineiros e da guarda financeira italiana, posicionada militarmente para saudá-los.
Ante as autoridades militares da cidade, os dois policiais não puderam evitar as lágrimas, em meio aos aplausos do público.
"Nunca é demasiado cedo para contar quanta humanidade existe", admitiu o policial Jimeno, que está convencido de que Jesus apareceu para ele num momento em que pensava morrer sob os escombros das torres.
"Cristo me acompanhava em minhas alucinações. Nada do que Stone conta no filme é inventado. Pensar em minha mulher, ouvir as confidências de John, quase um desconhecido, me ajudaram a manter a força para sobreviver", declarou.
A revista do festival, Ciak, que consulta os maiores críticos da imprensa italiana e organiza um júri popular para avaliar os 21 filmes em concurso no festival de Veneza, informou neste sábado que o africano "Daratt" (A estação seca) de Mahamat Saleh Haroun é o favorito entre o público.
"A estação seca", primeiro filme do continente que concorre em 19 anos en Veneza, aborda o tema da memória, da vingança e do castigo depois da guerra civil.
Ao contrário das produções americanas que concorrem em Veneza, o filme africano, com poucos recursos consegue defender sem imagens violentas e com poucas palavras, um princípio: que não pode haver esquecimento sem justiça.