Marcado pelo tom político, o Oscar 2018 teve uma série de discursos afiados no palco. Frances McDormand, a protagonista de Três Anúncios para um Crime, vencedora da estatueta para a Melhor Atriz, pediu às mulheres no Dolby Theatre que estavam indicadas em alguma das categorias para se levantarem, exigindo oportunidades iguais para todos. “Olhem à vossa volta, senhoras e senhores, porque todas temos histórias para contar e para serem financiadas”, disse.
Frances McDormand não foi a única a ter o seu momento político em cima do palco. O mexicano Guillermo Del Toro, melhor diretor por A Forma da Água, aproveitou o seu tempo no palco para lembrar que a arte, e cinema em particular, servem para esbater fronteiras. “Sou um imigrante… como muitos de vocês”, disse. “Uma das melhores coisas que a arte faz – e a nossa indústria o faz – é apagar linhas traçadas na areia. Devemos continuar a fazê-lo quando o mundo nos dias para as tornar mais profundas”.
Outro discurso político foi o de Lupita Nyong’o e Kumail Nanjiani, que apresentaram o Óscar de Melhor Cenografia. Os dois atores falaram aos chamados “dreamers”, os imigrantes ilegais que vivem nos Estados Unidos desde criança e que agora enfrentam a possibilidade da deportação.
“Nós somos os dois atores de que vocês continuam a ouvir falar mas cujos nomes têm dificuldade em pronunciar”, disse Lupita Nyong’o. “Como todos nesta sala e todos os que estão a ver em casa, nós somos sonhadores (dreamers). Nós crescemos a sonhar que um dia podíamos trabalhar em filmes. Os sonhos são a fundação da América.”