O cineasta americano Oliver Stone, cujo filme "As Torres Gêmeas" surpreendeu pelo tom patriótico, sugeriu nesta segunda-feira, em Moscou, que pode fazer um filme mais polêmico, investigando uma "conspiração" depois dos atentados de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos.
"Há uma grande história nesse filme, a de uma conspiração de um grupo de pessoas no governo americano que têm um programa e que se utilizaram (dos atentados de) 11 de setembro para realizá-lo", declarou Stone a jornalistas em Moscou, durante uma turnê mundial para promover seu último filme.
"Pode ser feito um projeto fascinante sobre o que ocorreu depois do 11 de setembro", afirmou o diretor durante entrevista coletiva.
"As Torres Gêmas" conta a história de dois policiais nova-iorquinos que ficaram presos nos escombros do WTC depois que desmoronou, mas sobreviveram graças a um fuzileiro aposentado, que os encontrou.
Os críticos, acostumados às denúncias exploradas em outros filmes de Stone, como "Platoon", "JFK" e "Nixon", se surpreenderam com o fato de "As Torres Gêmeas" evitar a política, concentrando-se nos temas tradicionais de Hollywood, como coragem individual, sacrifício, fé e vínculos familiares.
Durante a coletiva em Moscou, Stone acusou o presidente George W. Bush de desvirtuar a luta contra os militantes da rede Al-Qaeda, de Osama bin Laden, usando a crise para criar pânico e aumentar seu poder dentro dos Estados Unidos de uma forma "que parece saída de George Orwell".
"Creio que houve um abuso dos poderes governamentais", reforçou Stone.