Quem não conhece alguém como Darlene?? Aquelas que armam de tudo para virarem celebridade, de preferência da noite para o dia e se apresentam orgulhosamente como modelos e atrizes ?
O que as pessoas não imaginam é que milhares de meninas se descabelam diariamente para conseguir um lugar ao sol. “Meu sonho é um dia entrar num restaurante e as pessoas irem até minha mesa para implorar um autógrafo”, conta Lucimara Albuquerque, que prefere ser chamada de Lu Albuquerque ‘seu nome artístico’. Lu já levou seu book a dezenas de agências, fez testes em tudo quanto é emissora e sonha alcançar a fama a qualquer preço. “Nem que seja pra eu namorar um jogador de futebol”, brinca.
As caçadoras de flashes estão em todos os lugares. Mandam releases para as redações, enviam fotos para agências, mas a maior concentração de Darlenes por metro quadrado é nas escolas de teatro. Segundo Gustavo Ferreira, professor de teatro da Companhia GAV, “é normal encontrar a “eternamente maquiada” oferecendo-se como papel principal em qualquer exercício”.
“As pessoas que fazem teatro são subdivididas: Aquelas que gostam da arte; aquelas que encontram-no como “algo fácil” para se ganhar dinheiro; aquelas que a mãe jura que tem talento desde bêbe; aqueles que o psicanalista recomendou; aqueles que querem perdem a inibição; os que acham que se sentirão sociáveis numa sociedade que vos cobra a interpretação a todo tempo e os que “querem ser famosos”, conta o professor.
Mas existe uma ala de ‘novatas’ que discorda dos ideais da personagem de Deborah Secco. “Obviamente que a personagem Darlene é bastante exagerada, não é daquele jeito que se conquistam as coisas!”, comenta Cintia Assis, que atualmente faz parte do elenco da peça Curta Comédia, de Wolf Maia.
Para Luiz Antônio Rocha, diretor da peça Uma loira na lua, se a pessoa tiver estudado teatro, tem mais chances de executar com melhor qualidade o personagem. E consequentemente ficar famosa. “E gente é gente, eu posso achar no meio da rua, como achar numa agência de modelos ou melhor, numa escola de teatro. ”
Nos teatros da vida, agências, ou mandando vídeos para o Big Brother, sempre haverão Darlenes e Jaquelines.
“Muitos começaram assim e já possuem seus valores, outros até poderiam ter valores se o povo não os criticasse como uma pessoa aproveitadora de reality shows, que, na realidade sabe da arte e muito”, conclui Ferreira.