Nos tempos em que era apenas uma criança brejeira e serelepe na pequena Santa Rita de Cássia, distrito rural de Barra Mansa, Nayara Justino, de 25 anos, já sonhava em ser, um dia, a Globeleza, musa do Carnaval da Globo. Com apenas três anos, desfilava orgulhosa pelas ruas da cidade com sua fantasia de baiana. Foliã inveterada, cheia de samba no pé – graças à influência da mãe, ela garante -, Nayara conseguiu realizar seu sonho de menina: em 2013, foi eleita a musa do Carnaval, pelo voto popular, derrotando a mineira Camila Silva com 53%. O mesmo posto um dia foi de Valéria Valenssa, sua mais famosa ocupante e principal inspiração de Nayara.
Filha única, cresceu em uma casa simples, e foi criada pela mãe e pelas tias. Nasceu e passou a vida adulta em Volta Redonda, cidade do Sul fluminense (vizinha de Santa Rita de Cássia) e onde mora até hoje. Lá, Nayara estudou, deu aulas para crianças com necessidades especiais, foi vendedora de produtos de beleza, óculos e até motocicletas. Batalhou a vida sem nunca perder o rebolado, e sem deixar de se divertir nas horas vagas. Seu programa preferido na cidade, conta, é ir ao Teatro Gacemms, um importante espaço de arte e cultura da região, sem fins lucrativos, que promove atividades para públicos de todas as idades. Ela elogia também a cena noturna de Volta Redonda. E os conterrâneos, dos quais se enche de orgulho: “É um povo muito trabalhador que, ao mesmo tempo, adora festas”, define.
Alçada à condição de ícone nacional de beleza feminina, sua vida mudou radicalmente, sobretudo às vésperas do Carnaval. Além de ter que aprender a conviver com as luzes da ribalta, Nayara administra o assédio do público, principalmente em Volta Redonda, e a nova rotina, que inclui entrevistas, ensaios, etc. A relação com o samba começou por influência da mãe, que ainda grávida ia para as quadras das escolas de samba.
Confira entrevista com a bela:
Como era a sua infância e adolescência na cidade?
Como nasci em um distrito rural, minha infância foi perfeita. A gente brincava muito, se divertia fazendo muitas brincadeiras típicas do interior mesmo. As lembranças que tenho são de uma infância e adolescência cheias de felicidade.
O que a levou a participar do concurso Globeleza?
Desde muito pequena, ainda criança mesmo, sempre foi meu sonho ser Globeleza. Sempre tive isso em mente.
O que mudou na sua vida depois de vencer o concurso? Como você está lidando com a fama?
Depois do concurso, minha vida mudou em relação ao assédio, que é bastante mesmo. E também na minha rotina, que inclui agora dar entrevistas, por exemplo, e receber o carinho do público. Mas, pode acreditar: dentro de casa eu continuo lavando roupa, passando, fazendo tudo igual como antes!
Como o pessoal da cidade te recebe hoje em dia lá em Volta Redonda?
Ah, me recebem com muito carinho e orgulho. Fico muito feliz, porque nossa região é composta de pessoas do bem. É um povo muito trabalhador, e que ao mesmo tempo adora festas.
Como era a sua participação no Carnaval de Volta Redonda? Como você ganhou todo este samba no pé?
A cidade tem muitos bloquinhos de rua durante o Carnaval. Eu e minha mãe gostamos de samba desde sempre.
Que programas costuma fazer hoje em dia na cidade? Indique alguns lugares que você gosta de ir para a gente.
Bem, gosto muito de freqüentar o teatro Gacemms, quando tem o projeto ‘Cultura para Todos’. É uma delícia.
O que você mais gosta na sua cidade natal? E o que mais a incomoda?
Gosto bastante das opções noturnas, bem variadas. E não desgosto de nada!
Quais são seus próximos objetivos profissionais?
Meu sonho agora é continuar como Globeleza por muito tempo!