Em entrevista à revista Veja, o cantor Michel Teló falou sobre diversos assuntos, entre eles, sobre o da fama repentina. “Eu curto (risos). Não me assusta, não. Tenho 19 anos de carreira, já passei por tudo. Comecei criança, ajudava a carregar equipamento de som”, afirmou.
Sucesso no Brasil e no mundo, o loirinho revelou que tem encontrado problemas por não falar inglês. “Não falo nada. Todo dia, eu tinha de atender a imprensa, e precisava de intérprete. Estou sofrendo com esse negócio, viu. Quando era pequeno, minha mãe me mandou estudar, eu devia ter ouvido. Eu só queria saber de música e mais nada. Hoje, faz falta. Estou contratando um professor particular. Eu já tinha contratado um de espanhol, porque minhas músicas estão fazendo sucesso nos países latinos, e o espanhol é mais fácil”, explicou.
Questionado se vai adaptar outra de suas letras para o inglês, ele respondeu: “Como eu fiz com If I Catch You? Essa foi mais uma brincadeira. É a galera daqui mesmo que gosta de ouvir a música em inglês, eu canto nos shows como curtição. A música que toca lá fora é cantada em português. E mesmo assim se espalha. Às vezes, eu recebo as listas de onde a música está em primeiro lugar, e tomo um susto… Esses dias eu recebi uma lista que tinha República Tcheca, Letônia, coisas assim. Ai, Se eu te Pego é como um vírus”.
Ao comentar sobre o recente processo das meninas da Paraíba que requerem a coautoria da música Ai, Se Eu Te Pego, Teló deu sua opinião. “Acho que vou pedir para constar entre os autores da música, também, porque mudei duas frases. A letra era ‘sábado no forró’ e eu troquei por ‘sábado na balada’, e ‘a safada começou a tocar’ mudou para ‘a galera começou a dançar’. Se a música tem oito frases, duas são minhas. Mas o processo diz respeito aos autores oficiais. Se surgiram novas compositoras, eles vão ter de se resolver com elas. Eu não acompanho, nem sei em que pé está o processo. Eu sou apenas o intérprete, mas acho que uma parte da música vai ter de entrar no meu nome. Você não acha justo?”, declarou.
Se tem deixado de ganhar dinheiro por causa dessa história, o artista afirmou: “Com a música em si, está impedindo. Mas hoje em dia, ainda mais por causa da pirataria, o artista lucra mesmo é com os shows. No dia em que a justiça liberar os lucros com a música, vão ser uma poupança”.
Antes de terminar a entrevista, Michel ainda falou o que mudou em sua vida após se tornar famoso. “O trabalho é intenso desde que estourou Fugidinha. No ano passado, fiz uns 220 shows. Fora programa de televisão, rádio, entrevistas… Antes de Ai, Se Eu te Pego, eu podia tirar dois ou três dias de folga e ir para a praia, eu pescava mais, jogava mais videogame, já não consigo fazer o que fazia. Tem muita coisa boa acontecendo. Fico distante da família e perdi um pouco da privacidade. Mal consigo ir ao shopping. Sinto falta do tempo livre, mas é uma fase e preciso aproveitar. E o carinho das pessoas é gostoso. O que estou tendo agora é o que sempre sonhei”.
Perguntado se realmente nada o assusta com a fama, o músico encerrou o assunto e disse: “Só a mídia, porque tudo vira muito. Qualquer bobeira vira muito. Uma frase que você diz vira muito. Coisas que você nem fala viram notícia. Ainda estou aprendendo a lidar com isso. Estou aprendendo a ficar um pouco mais quieto, falar menos, porque gosto de conversar”.