Marisa Orth
Créditos: Manuela Scarpa e Cláudio Augusto/Foto Rio News
Marisa Orth está no elenco da novela Sangue Bom, que estreou no final de abril na TV Globo, no papel de Damáris. A personagem promete fazer o público se divertir muito com suas loucuras durante a trama de Maria Adelaide Amaral e Vincent Villari.
Além disso, ela se prepara para voltar a interpretar Magda – a personagem mais marcante de sua carreira – em um especial que terá quatro novos episódios do seriado de humor Sai de Baixo (que foi ao ar entre os anos de 1996 a 2002) e será exibido pelo canal pago Viva.
Em entrevista exclusiva ao Virgula Famosos, a atriz falou sobre seus trabalhos, sua afinidade com a comédia e até sobre assuntos polêmicos como o projeto de “cura gay” do deputado João Campos (PSDB-GO), que Marco Feliciano (PSC-SP) quer aprovar na Comissão de Direitos Humanos e visa permitir que psicólogos realizem tratamento terapêutico para que pacientes deixem a homossexualidade.
Saiba o que ela contou:
Virgula Famosos – Como está sendo para você fazer a Damáris de Sangue Bom?
Marisa Orth – Estou achando tudo bem legal. É uma personagem de cores fortes, né? Primeira cena dela na novela, ela tenta suicídio ingerindo comprimidos. Ela já começa numa crise. Dá um pouco de medo de errar a medida, mas eu estou me divertindo muito com ela, dou risada com os textos, está ficando bem legal.
Ela é uma pessoa pouco querida, mas ao mesmo tempo cômica, né?
Estou tentando esse desafio de fazer ela mais patética para as pessoas terem “peninha” dela e terem vontade de rir. Enquanto ela está chorando, o povo está rindo da cara dela. E quando ela está rindo, o povo chora, porque ela tem uma personalidade bem malvada. Ela é péssima com os empregados, tem horror a pobreza. O Dênis Carvalho (diretor da novela) até falou: “Ela tem um pouquinho de Caco Antibes”. Eu achei engraçado.
Sobre os novos episódios de Sai de Baixo que vão ser gravados, como está sua expectativa de viver Magda novamente?
Os textos ainda estão sendo finalizados, quando gravar vão ser dois dias seguidos e depois mais dois dias seguidos. Parece que vai ser entre o final de maio e começo de junho. Estou começando a querer assistir alguns programas para ver se renova ela dentro de mim, né? Mas estou curiosa para saber como vai ser, bem ansiosa para saber em que estado de burrice estará a Magda, em que estado de demência ela estará.
Você já comentou que até hoje as pessoas brincam com você dizendo que fizeram o canguru perneta (expressão usada no seriado), não é?
Pois é, eu fico em pânico porque não tenho ideia do que seja o canguru perneta. Dá vontade de perguntar para as pessoas: “Vem cá, o que é que você chama de canguru perneta?”.
Sente falta de fazer mais trabalhos que não sejam comédia?
Eu sou atriz, gosto de fazer tudo. Gosto muito de fazer comédia, acho que estou ficando boa nisso. Mas quando eu escolho fazer uma peça de teatro não penso necessariamente em uma comédia, mas também não penso contra uma comédia. Em Família Adams, que foi minha primeira experiência em musical, era uma comédia, diferente e tal, mas era comédia. Mas eu fiz O Inferno Sou Eu, que era bem sério. Dá pra sanar essa vontade fazendo cinema, teatro, quem sabe?
Mas tem algum tipo de personagem que gostaria de fazer?
Todos! Continuo com uma fome de bola absurda, eu acho até que estou começando. A pessoa está trabalhando há 30 anos e eu acho que ainda não fiz tudo que queria. Papéis com mais caracterização, que nunca fiz, com sotaque, por exemplo, que fiz poucos, de louca, mas louca mesmo, não débil mental e papel de má, que também fiz poucas vezes. Toda atriz quer sempre fazer um monte de coisas.
(Em 2011, ela fez parte do elenco do seriado Macho Man, da TV Globo em que Jorge Fernando fazia o personagem de um cabeleireiro gay que, após ser atingido por um sapato de salto em uma boate, perde os sentidos e, ao acordar começa a se interessar por mulheres, mas só revela a mudança para uma amiga)
Mudando de assunto, em meio a essa luta contra a homofobia, qual é a sua relação com os homossexuais?
Gay sempre existiu e sempre vai existir, é de um ridículo atroz achar que não é assim. Eu acho muito estranho as pessoas falarem “eu não aceito”. É a mesma coisa do que dizer “eu não aceito anão”, “eu não aceito negro, japonês…”. Acho tão absurdo, não é questão de aceitar ou não. A luta contra a homofobia é uma luta contra a ignorância.
E agora tem o projeto de lei que propõe a “cura gay”…
Pelo amor de Deus, doença se cura, homossexualidade não é doença. Poderia fazer uma cura sobre as contas públicas, seria ótimo… Queria fazer a cura das contas públicas. Cura das águas do Brasil, do saneamento, nessas águas podres, dos esgotos, também seria bom.
Aproveitando que este domingo (12) é Dia das Mães, como você conversa com o seu filho sobre assuntos polêmicos como o uso de drogas, álcool, entre outras coisas?
Tenho uma relação boa com ele, conversamos sobre vários assuntos, sobre drogas, de bastante coisas, que são assuntos que nos rodeiam, né? Eu tento falar neuronalmente sobre esse assunto, somos feitos de carne e vamos entender os neurônios. Não vou ficar fazendo juízos morais, que é proibido, que você vai arder no fogo do inferno, que é uma coisa horrível… Eu falo da nossa fragilidade física e psicológica, isso sim.
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