Larissa Manoela, a Maria Joaquina de "Carrossel"


Créditos: Lourival Ribeiro / SBT

As vilãs dos folhetins sempre roubam a cena. E, na novelinha infantil Carrossel, exibida pelo SBT, não é diferente. Na pele de Maria Joaquina, a atriz Larissa Manoela, de 11 anos, encarna uma vilã patricinha, mimada e preconceituosa.

Não é raro vê-la maltratando os demais coleguinhas, esnobando pobres e disseminando racismo ao colega Cirilo, personagem de Jean Paulo Campos. Longe das novelas, Larissa afirma que é livre de preconceitos e que sabe da importância do tema. 

Em entrevista exclusiva ao Virgula Famosos, a pequena afirma que “preconceito é no mínimo falta de educação” e que o público entende a mensagem do folhetim. 

Na noite de domingo (23), Larissa participou do show da banda independente Condução do Sistema, ao lado do companheiro de elenco Guilherme Seta, o Davi de Carrossel. Animados, eles gravaram a música pop Falta Coragem – do álbum Um Novo Estilo Invadiu o Mercado – que conta com um clipe na internet.

Veja abaixo a entrevista com a atriz:

Virgula – Você é uma das grandes revelações da novela. As crianças ainda te chamam de Maria Joaquina ou já sabem o seu nome? 

Larissa Manoela – É um orgulho ser a Maria Joaquina brasileira e estar neste projeto do SBT. Mas as crianças acham que eu sou a Maria Joaquina, mesmo (risos). Algumas falam: “Como você é má” [risos]. Eu levo como elogio, pois é um sinal de que estou convencendo, faço o papel de má muito bem. Ao mesmo tempo, estou me surpreendendo com as crianças. Afinal, tem muita gente que gosta da Maria Joaquina. Nossa! Pensei que fosse ser criticada, mas ela já tem os seus fãs. 

As crianças gostam da Maria Joaquina? O que elas falam? 

As meninas gostam, mas não pela maldade. É pelo estilo dela: as roupas, os acessórios de cabelo… Eu tenho uma marca que me veste e, curiosamente é a mesma que faz os figurinos da novela. Então, tenho muitas peças e calçados que a Maria Joaquina também veste. Eu adoro moda e quero, depois de fazer [faculdade de] artes cênicas, fazer uma (faculdade) de moda. 

Sua mãe contou que você tem agenda cheia até aos fins de semana. Dá para conciliar as gravações da novela com a escola, amizades…? 

Estudo de manhã, mas agora estou de férias e as gravações aumentaram um pouquinho. Tento conciliar os estudos com a novela, mas meus estudos estão em primeiro lugar. De qualquer forma, a escola já sabe que tenho que faltar alguns dias por causa das gravações, mas pego o material com outros colegas e me dedico durante as aulas. Sou uma aluna aplicada, gosto de história, geografia e ciências. Nunca tirei notas vermelhas. 

Como é ser uma aluna famosa? 

Na escola, minha classe não me chama de Maria Joaquina, mas as outras crianças, das outras classes, sim. As professoras ficam animadas. Falam que dá aula para a “menina da novela” [risos]. Eu acho divertido. 

Você lida com um tema pesado que é o racismo. Sabe a importância de falar sobre o preconceito?

A dona Iris (Abravanel, autora) me explicou dessa importância quando me chamou. Falou que eu teria que abordar esse delicado e sério tema que é o racismo. Comecei a me preparar logo quando soube que ficaria com o papel. Mas a história é muito bem construída. E as crianças entendem que, embora a Maria Joaquina discrimine o Cirilo, não é para elas fazerem o mesmo, que é algo errado. A mensagem da novela é passada. 

Tem a consciência de que está ajudando a formar o pensamento dessas crianças? Por que você acha que existe preconceito? 

Sei que acabo sendo um exemplo para as crianças e tenho a maior preocupação. Quando terminamos de gravar uma cena, fico tão preocupada que falo para o Jean (que interpreta o Cirilo): “Você sabe que é só na novela, né?”. Daí a gente se abraça, rola carinho, assim como todo elenco. Racismo é no mínimo falta de educação. 

Existe algum ator que você se espelhe e goste do trabalho?

Gosto muito do Selton Mello, que eu já trabalhei junto no filme O Palhaço, da Claudia Raia e da Juliana Paes. A Alinne Moares eu amo muito, pois acho ela linda e boa atriz. Amo também alguns atores internacionais, como Johnny Deep, que é incrível nos filmes que faz, o Brad Pitt, a Penélope Cruz e a Angelina Jolie. Não sou muito de assistir novelas, nem Avenida Brasil (da TV Globo). Acabo vendo mais SBT e Disney Channel. Mas não é sempre, porque às vezes eu chego em casa, tomo banho, faço as lições e vou dormir. 

Existe alguma vilã que você gostaria de interpretar daqui a 10, 20 anos?

Eu quero fazer aquela vilã mais antiga… A Nazareth (Tedesco de Senhora do Destino, da TV Globo)! Ela era uma super-vilã, que metia medo. Eu ficava com raiva e ódio dela, mas, hoje em dia, eu vejo e penso: “interpreto uma vilã também” (risos). De todas as vilãs da televisão, adoraria fazer uma Nazareth mais para frente.

Além da novela, você gravou uma música para a banda Condução do Sistema. Como surgiu esse convite?

O Denis Relvas, um dos integrantes da banda é o continuísta da novela (profissional responsável por manter a harmonia de enredo, falas, sonoplastia e imagens). Ele me convidou ao lado do Guilherme Seta, que interpreta o Davi. Aceitamos e gravamos durante alguns sábados. Foi o primeiro clipe da minha careira e será inesquecível. O ritmo é pop, tem rap e a letra fala sobre duas crianças que se conhecem, se apaixonam, mas não contam uma para outra. É bem legal.

Pretende investir na carreira de cantora também?

Eu gosto de cantar. Tenho três musicais, gravei uma música para o CD Carrossel e vou gravar duas para o próximo. Também tenho a intenção de gravar um CD solo. Pretendo conciliar a carreira de atriz e cantora, como a Marjorie Estiano. Acho que ator que é super bom é o ator versátil. É o que eu quero ser. 

Assista a apresentação de Larissa e Guilherme abaixo:




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Larissa Manoela, a Maria Joaquina da novela "Carrossel", grava música com banda e diz: "Adoraria interpretar a Nazaré Tedesco"