Dias depois de ser homenageado no Globo de Ouro – e faltar à cerimônia – Woody Allen volta a ser foco de manchetes. Dylan Farrow, filha adotiva do diretor e da atriz Mia Farrow, acusa-o de abusá-la sexualmente, no começo dos anos 90. A revelação foi feita em uma carta escrita por ela e publicada no blog On the ground do The New York Times neste sábado (1º).
Na carta, a jovem de 28 anos dá detalhes dos supostos abusos sexuais cometidos por Allen, como ele a tirava de perto da mulher e dos irmãos para ficar sozinho com ela e de como ela sempre fugia dele. O caso foi divulgado em 1993, mas o cineasta sempre negou as acusações e elas foram retiradas, por isso que nunca foi julgado.
Em um dos episódios narrados por Dylan, Allen a levou a um sótão de sua casa, pediu para ela brincar com o trem elétrico do irmão e abusou sexualmente dela. Então Dylan denunciou a situação à mãe, Mia Farrow, que rompeu sua relação com o cineasta.
Dylan alega ter tido transtornos alimentares e dificuldade para se relacionar com homens. Mas diz que hoje se considera uma pessoa de sorte, por ter um casamento feliz, suporte dos irmãos e uma mãe que os salvou do pai, quando se separou dele, em 1992.
“O que faria se tivesse sido sua filha, Cate Blanchett? Louis CK? Alec Baldwin? E se tivesse sido você, Emma Stone? Ou você, Scarlett Johansson?”, pergunta Farrow a alguns artistas que trabalharam com Allen.
Allen é casado, desde 1997, com Soon-Yi Previn, filha adotiva de Mia Farrow e do músico Andre Previn e 35 anos mais nova que o diretor. Eles têm duas filhas adotivas.
O último filme de Allen, Blue Jasmine, concorre a três Oscar: de melhor roteiro original, melhor atriz com Cate Blanchett e melhor atriz coadjuvante com Sally Hawkins.