Fernanda Montenegro está na capa da revista TPM, na edição deste mês de novembro. A atriz que é um grande ícone no teatro falou sobre a experiência em cima do palco em entrevista para a publicação.
“O teatro é inglório. Todo dia você repete aquele processo e todo dia corre o risco de fracassar. Será que se foi bom hoje vai ser bom amanhã? Isso depende de muita coisa. É que, independente da vontade do elenco, a mágica não aconteceu naquele dia. Não é todo dia que é maravilhoso”, contou.
Ela está em cartaz com o monólogo Viver sem tempos mortos, que reestreou em SP e é baseado na obra e na vida de Simone de Beauvoir: “Comecei a ler a obra da Simone com 19 anos. Ela e [o filósofo francês Jean-Paul Charles Aymard] Sartre ajudaram a mudar o mundo. Esse projeto me veio através do Sergio Britto, meu grande irmão teatral, uma pessoa com quem convivo desde 1948, que faz parte da minha família escolhida. Ele não pôde fazer por problemas de saúde, mas fiz sozinha até em homenagem a ele. O Sartre está ali o tempo todo”.
Já sobre ser chamada de “a grande dama do teatro”, a atriz disse o que pensa: “Acho uma merda. Uma merda. E sempre me perguntam isso. E eu sempre dou a mesma resposta. Mas não consigo me livrar disso. Acho ridículo. É como se me tirassem de uma pessoa e me transformassem em uma personagem. Isso é uma bobagem imensa”.