Atílio Sales Jordão é um dos mais fortes aliados da oligarquia paulista no interior do estado. Político de direita, conservador e poderoso, tramou uma ‘negociata’ para obter a concessão de uma rádio em Guará, ou melhor, comprou a concessão e a usará como arma, entre outras, para derrubar o prefeito Antônio, seu rival, político mais popular e liberal.

Na verdade esta é a história de Cidadão Brasileiro, ambientada em meados da década de 50, e Atílio é mais um desses personagens antigos que continuam por aí.

Floriano Peixoto, intérprete do político, falou ao Virgula que não teve muito trabalho para compor este personagem de época, bem diferente do romântico Tony, vivido pelo ator na novela América.

Com relação ao figurino, Floriano diz que os homens têm menos trabalho que as mulheres. “Não tem tanta diferença quanto as mulheres. Por exemplo, tem penteados e vestidos bem diferentes dos que se usam hoje. O meu é um terno, é lógico que não se usam ternos como antigamente, mas não chega a influenciar no personagem”.

Mas quando o assunto é a personalidade e caráter do personagem, o ator não precisa voltar aos anos 50 para se espelhar em políticos de caráter duvidoso.

“O Atílio é um cara que provavelmente existe, e seria fácil me inspirar em políticos que a gente conhece, lê, ou ouve falar. O sentimentos e comportamento dele também. Caras que são de direita e que defendem terras são retrógrados politicamente. São os grandes coronéis de hoje, comum no nordeste. Poderia ser um personagem atual. Nesse sentido não tive muito trabalho de pesquisa”, conta Floriano.

Apesar de reconhecer os pontos negativos do político, Floriano não o enxerga como um completo vilão. “É um personagem muito rico. Eu não posso vê-lo como um vilão da história, pois ele defende os pontos de vista dele e acha que está correto, quem está errado são os outros”.


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Exemplos de maus políticos não faltam para Floriano Peixoto