Evandro Santo e Christian Pior
Créditos: panico
Atrás da acidez de Christian Pior existe a docilidade de Evandro Santo, o ator, bailarino e humorista de 35 anos que resolveu mostrar sua outra face muito longe das grifes e do glamour contando a sua própria história de vida. De infância pobre, foi expulso de casa aos 15 anos em Uberaba, Minas Gerais, por ser homossexual, resolveu sozinho vir “tentar a sorte” em São Paulo. Morou na rua, passou frio, mas não se vitimizou, e se trasnformou em um dos comediantes mais engraçados da TV. Foi com essa pessoa que o Virgula conversou sobre o reality Em Nome do Pai, um dos quadros de maior sucesso no Pânico atualmente. Nele, o humorista já se reconciliou com a mãe e agora está procurando seu pai. Na semana passada (26), ele se encontrou com o suposto pai, Jacyr, e foram fazer o resultado de DNA que deve ser apresentado na edição deste domingo (03), ao vivo, às 21h. E ele revelou à reportagem: “Gostaria muito que fosse meu pai. Ele tem dignidade e equilíbrio, fumando um cigarrinho, bebendo uma cachacinha, na dele”.
Ele comenta também porque resolveu se expor tanto na TV. “O importante é mostrar uma coisa legal, otimista, porque a gente tem muitas verdades prontas no Brasil como: você só entra na televisão se é indicado ou se transar com alguém. Pobre nunca chega a lugar nenhum. Se você não frequentar as festas ‘certas’, não conhecer a pessoa ‘x’, as coisas nunca vão acontecer com você. E eu sou a prova exatamente contrária disso por que eu nunca andei com as pessoas ‘certas'”.
Christian fez análise por 7 anos, mas diz que está sendo fácil, que tem momentos que se recolhe porque fica baixo astral. Mas sabe do papel de sua imagem para pessoas que querem ter seus sonhos realizados. “Tive muita sorte, mas também uma disposição pra pagar mico. Vivi em lugares não tão bons, não andava bem vestido, devia aluguel. Tive a disposição de permitir que a miséria entrasse na minha vida, mas de forma temporária”. Também diz que nunca ligou quando o desprezavam por fazer telegrama animado. “Elas me falavam: você faz animação de festa, não vai chegar a lugar nenhum”.
Estavam erradas, não só chegou como tem clareza sobre muitas coisas. “Ser famoso é uma coisa, ser artista é outra”. Como também sua gratidão por quem lhe deu a mão: “Eu tenho carinho e agradecimernto para o Emílio [Surita], mas eu sou um filho rebelde, mas sempre quero a aprovação dele”.
Além de saber bem que é Christian Pior: “Se a pessoa tiver um olhar atento vai perceber que o Christian sabe mais coisas de pobre do que de rico. A referência dele o tempo todo é pobre. E a partir da referência pobre que ele tenta criar uma coisa de luxo”.
Além de ser uma história de superação, tanto Christian como Evandro são homossexuais e através desse reality, que representa a vida de milhares de gays que são expulsos de sua família pela sua orientação sexual, o Pânico responde em alto nível toda a homofobia propagada por outro reality, o BBB10.
Confira, abaixo, a entrevista exclusiva com Christian Prior: