Evandro Santo, o Christian Pior do Pânico da Band, acredita sim que o humor tem seus limites éticos e que não deve ser um vale tudo pelo riso. “Pessoas que pertencem a minorias historicamente descriminadas, eu sempre evito tirar um sarro, fazer chacota. Por exemplo, durante o espetáculo Espia Só [que Evandro apresentou no ano passado] subiu no palco uma bichinha bem bichinha, magrinha e todo mundo estava esperando que eu a arrasasse. Fiz exatamente o contrário, eu a coloquei em um pedestal”, conta o humorista em uma entrevista exclusiva para o Virgula Famosos.
Mas quem assiste os quadros de Evandro no Pânico sabe bem que ele não tem nada de santo, e muitas vezes esculacha com o entrevistado. Como ele faz isto sem os telespectadores o acharem escroto ou mesmo a pessoa entrevistada não se sentir ofendida? “Eu não separo o humorista do entrevistado, é tudo uma coisa só, eu trabalho no sentido da integração, que eu faço parte daquilo que eu estou tirando sarro. Nunca – mesmo tendo um ar blasé quando encarno o Christian Pior – estou fora ou sou algo à parte do que está acontecendo”, explica.
Talvez por isto o humorista consiga se sair tão bem tanto com a classe C como com os socialites e famosos. “Eu tento largar a classe C, mas a classe C me persegue, ela gruda, não sai nem com bucha”, conta rindo. “Mas eu adoro a chamada classe C, me identifico e transito da mesma forma que transito pelos endinheirados”.