Lançamento do livro O Melhor do Pior de Evandro Santo


Créditos: reproducao

O humorista Evandro Santo, de 38 anos, que ficou conhecido pelo seu personagem Christian Pior, lançou na noite desta quinta-feira (11), em uma livraria em São Paulo, o seu primeiro livro, intitulado O Melhor do Pior.

Reunindo textos previamente publicados em dois blogs do comediante (Ovulando e Espia Aí), a publicação tem pensamentos, frases originais para terminar um namoro, novas manias do pobre moderno, além de uma grande parte dedicado aos signos astrológicos.

Em entrevista exclusiva ao Virgula Famosos, Evandro Santo falou sobre a experiência de lançar seu primeiro livro, a diferença de seu humor para TV e para o impresso. Homossexual assumido, também refletiu sobre a chamada “ditadura gay”, padrão de beleza e o que tem gostado de ouvir ultimamente.

Confira abaixo a entrevista exclusiva com Evandro Santo.

Virgula Famosos – Como surgiu a ideia do livro?

Evandro Santo – A ideia surgiu do Paulo Tadeu (dono da editora Matrix). Ele ia à rádio (Jovem Pan) levar os escritores da editora e me dizia: “Você tem que fazer um livro, você tem que fazer um livro, já que você tem dois blogs”. Eu fiquei com isso na cabeça. Demorei três anos, até ter material suficiente. Então eu mandei todo aquele calhamaço de folhas para ele e deixei livre para ele escolher e editar o livro.

Você já tinha ideia do que escrever quando falou com Paulo Tadeu?

Na verdade é uma coletânea do que eu já escrevi, tanto no Ovulando (blog que o humorista manteve no Virgula) quanto no Espia Só (blog hospedado no site da editora Abril). Então, ele escolheu os textos que ele mais gostou e montou o livro. Eu fui ver o livro só depois de pronto. A única coisa que ele me adiantou foi que teria uma grande parte sobre signos.

Como foi ler o seu livro depois de editado?

É estranho. É um filho que você fala: “Caraca”. Depois eu comecei a pegar carinho, eu comecei a rir. Esqueci que fui eu que tinha escrito. Eu comecei a curtir. Achei bacana.

Pensa em escrever mais?

Sim, quero fazer o dois, o três… É que nem vídeo para internet. Você faz um e quer fazer vários.

Qual a diferença do seu humor no livro e do seu humor na TV?

No Pânico na Band, eu sou editado, no livro eu posso ser eu mesmo. Totalmente na raça, fazendo o que eu quiser, porque o livro é meu. Há uma liberdade maior.

Qual é a sua liberdade de criação no Pânico na Band?
Eu sou um dos redatores. Escrevo, escolho notícias, vídeos. Todas as falas do Christian Pior são minhas, todas as gírias. Geralmente os quadros do Christian Pior eu tenho total liberdade para fazer o que eu quiser. O que eles acham bom, eles colocam, o que eles não acham, eles não colocam.

Christian Pior acompanha de perto o aniversário de Regina Ca

Você uma vez participou de uma espécie de reality show em que procurava seu pai biológico, sem obter sucesso. Você continuou a busca depois do quadro?

Parei. Deu Ibope, não era o pai, eu falei: “Chega”. Foi muito desgastante para minha mãe, expôs muito ela, e ela não estava preparada para isso tudo. E fora do programa? Nem tenho tempo. Tentei aquela vez e desencanei. É muito difícil…

Existe um quadro no programa chamado Quem Ri Se Ferra, no Pãnico na Band, em que você nunca ri, mas sempre paga o castigo. Por quê?

Eu acho que existe um sadismo excitante no (produtor) Bolinha… (Risos)

Hoje, algumas pessoas falam em “ditadura gay”. Você acha que isso se deve a quê?

Alguns gays querem se impor. E quando você quer se impor, você talvez tenha uma ditadura. Você não tem que se impor, você tem que conquistar. E eu acho que a grande discussão hoje em dia não é nem em torno da sexualidade, que é uma discussão passada. Eu acho que a discussão hoje em dia é sobre a humanidade, é como você aceita o humano em toda a sua diferença e complexidade. Assim como existem pessoas que são 100% gay, 100% hétero, têm héteros flutuantes, gays flutuantes… Eu acho que a sexualidade não é tão definitiva.

Mas então por que usa este termo “ditadura gay”?

Porque tem mais discussão. Hoje você vê mais gays na rua, tem mais baladas gays… Então, a discussão é muito mais presente por conta disso. Hoje, você vê meninos de 16 anos se beijando na avenida Paulista à luz do dia. Você tem uma certa obsessão pelo corpo.

Você acredita que, no universo gay, exista também uma ditadura da beleza?

É a moeda de troca. No heterossexualismo é dinheiro e carro. No mundo gay é abdômen “tanque” e corpo bonito. Um rapaz pobre, na boate gay, tem tantas chances como o rapaz rico. Se ele for mais bonito do que o rico, ele terá muito mais vantagens. O hedonismo funciona mais no mundo gay.

E o que você faz para manter a forma?

Faço pilates, natação, musculação… Tô com quase 40 anos né, tenho que me cuidar.

Você gosta bastante de música. O que você está ouvindo atualmente?

Eu estou ouvindo o último da Pink (The Truth About Love, 2012). Voltei a ouvir muita coisa dos anos 90, Beck, Bjork, No Doubt, The Cardigans, Jamiroquai, Sound Factory… O começo da música eletrônica pesada… Eu estou indo atrás disso agora…

Veja mais fotos na galeria acima.


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Em lançamento de livro, Evandro Santo fala sobre a chamada ditadura gay e da beleza