Comer, amar e rezar nos templos tântricos de Khajuraho. Tem coisa melhor?
Penetração, felação, sodomia, zoofilia… Todas as formas de “comer, amar e rezar” estão presentes nas paredes externas dos templos tântricos de Khajuraho, Patrimônio Histórico Mundial da Unesco, em Madhya Pradesh, um dos locais mais visitados da Índia. Amo quando a transcendência encontra o sexo, não é a toa que sou a maior fã do escritor Georges Bataille que escreve o esse aspecto sagrado do erotismo. E esse templos tântricos, gente? Amo!
Mesmo nas esculturas que não são obviamente eróticas, o sexo ta ali subjacente e arrasante. Surpreende pensar que as esculturas datam do período medieval, mas os reis Chandela, seus autores, tinham outra mentalidade: a dinastia é conhecida por sua abertura a assuntos mais mundanos, como o sexo. Praticantes do culto tântrico, grande parte de suas realizações arquitetônicas transmite as doutrinas tântricas. Eles acreditavam na gratificação dos desejos terrenos como um passo adiante para atingir a libertação total, e posteriormente o nirvana.
Paixão, dança, música e outras atividades criativas também estão presentes na ornamentação dos 85 templos originais, divididos em três complexos. O ocidental é o maior e mais conhecido.
Embora os templos de Khajuraho tragam imagens fortes nas paredes externas, nenhum deles contam com temas relacionados à sexualidade nas áreas internas. O visitante deveria deixar seus desejos sexuais fora do templo, para experimentar a pureza interior inerente à divindade com a qual pretendia manter contato. Esses são os únicos templos na Índia com representações de ídolos nus ou em poses e situações eróticas.
Khajuraho ainda hoje se encontra longe dos grande centros urbanos, num ponto remoto do estado de Madhya Pradesh. Mesmo há mil anos, ele estava afastado de tudo. Essa posição é que garantiu sua preservação durante a invasão muçulmana. E permite que você também conheça esse complexo dos prazeres. Não sei quanto a vocês, mas eu já to comprando a passagem…
