Momentos de Betty Faria


Créditos: Divulgação/AgNews

Uma das mulheres mais carioca e, ao mesmo tempo brasileira e universal, atende pelo de nome de Betty Faria (talvez só perca para a Garota de Ipanema, mas esta, sabemos, é paulista). A atriz, que completa 73 anos, nesta quinta-feira (08), esteve de volta aos assuntos das rodinhas nacionais com a recente reprise da novela Água Viva, no canal Viva, e também por ter tido a “ousadia” de ir à praia de biquíni.

Sobre este último episódio, ela recebeu uma avalanche de críticas por ter ido à praia de biquíni e, aos caretas e vigilantes da vida alheia, respondeu irónica se queriam que ela fosse de burca. O fato gerou uma discussão sobre o direito (novamente) das mulheres vestirem o que bem entenderem assim como sobre como deve ser encarada a velhice.

“Pude viver momentos de beleza, não tenho mais, mas não é por isso que não vou poder ir à praia de biquíni. Não sou ressentida, posei três vezes para a Playboy e tenho o direito de ficar velha. Se não gosta, não publica, não olha, deleta, vai a m… Fiquei com raiva porque me arrasaram. É como se quisessem que eu estivesse com o porte da Tieta”, disse a atriz para a série Depoimentos para a Posteridade, do Museu da Imagem e do Som (MIS), no Rio de Janeiro e reproduzido pelo jornal O Globo.

Ela afirma que, apesar de todo o policiamento que fizeram, ela continua indo à praia de biquíni, quase como um ato de resistência.

O outro assunto foi o sucesso da reprise da novela Agua Viva para o canal Viva. Na novela de Gilberto Braga, que foi um grande sucesso no ano de 1980, Betty é Lígia Prado, uma mulher independente, mas também um pouco alpinista social que se envolve amorosamente com os irmãos Nelson (Reginaldo Faria) e Miguel (Raul Cortez). A fala de Betty: “Pô Miguel, eu só quero a minha ‘loxinha’” virou um hit e uma brincadeira entre muitas pessoas para comentar o sotaque da atriz.

Entretanto, este sotaque carioca carregado não a impediu de fazer papeis que a tirassem fora de uma das suas marcas registradas. Ela foi uma professora paulista no filme de Carlos Reichenbach, Anjos do Arrabalde, de 1986. Resultado: ganhou o prêmio de Melhor Atriz no Festival de Gramado de 1987.

Outro momento que ela deixou seu clássico sotaque carioca de lado e foi quando interpretou uma paulistana descendente de italianos, Amália Petrone, em Uma Rosa com Amor (2009), no SBT.

Assim como Sonia Braga e Vera Fischer, Betty é um ícone dos anos 70. Simbolizando a mulher independente, livre, que sabe pensar por conta própria, ela não poderia deixar de fascinar os homossexuais. Ela virou até verbete do Aurélia, o dicionário de termos gays. Betty Faria é “uma expressão usada quando se vê alguém que é bonito e gostoso e que incita o desejo sexual”.

Enfim, seja para gays, idosos, cariocas e brasileiros de todas as regiões, Betty Faria continua divando!


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De gíria gay a polêmica do biquíni, Betty Faria continua um ícone da identidade nacional