A comoção em torno do desaparecimento de Amarildo mobilizou a sociedade civil. Artistas, intelectuais, empresários se reuniram na casa da empresária Paula Lavigne na noite de terça-feira (08), no Rio de Janeiro. O promotor do Ministério Público, Homero Freitas, diz que o pedreiro foi morto por policiais militares. Eles já se entregaram ao quartel-general da corporação.
Muitos artistas doaram objetos, como uma obra do artista plástico Ernesto Neto, um trompete de Alcione e um manuscrito de Caetano Veloso. O dramaturgo, cantor, diretor e ator Rodrigo Pitta, que estava presente, assim descreveu, em sua conta no Facebook: “Na casa de Paula Lavigne, Caetano leiloando letra, no leilão em torno da familia do Amarildo!”
Segundo o Uol, a letra foi vendida por R$ 20 mil para o diretor de cinema Andrucha Waddington. A finalidade do leilão era levantar R$ 50 mil para ajudar a família de Amarildo conseguir comprar uma casa. Os convidados acreditam que conseguiram um valor de R$ 250 mil.
O caso Amarildo, morador da Rocinha, no Rio de Janeiro, tomou repercussão mundial por causa dos protestos que ocorreram no país nos meses de junho e julho. O pedreiro foi visto a última vez numa UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) no dia 14 de julho. Se não fossem os protestos, a ação intensa de ativistas dos direitos humanos e a mobilização da sociedade civil, ele entraria para mais um número na estatística de desaparecidos nas comunidades cariocas depois da chegada da pacificação. Com o caso Amarildo descobriu-se que só na Rocinha foram torturados outros 22 moradores da comunidade na UPP local.