Este ano o Brasil torceu pela indicação do filme Dois Filhos de Francisco à categoria de melhor filme estrangeiro no Oscar 2006. A indicação não veio e na cerimônia do próximo domingo, 5 de março, Jardineiro Fiel, do diretor brasileiro Fernando Meirelles, será o único representante brasileiro que concorrerá em quatro categorias.
Para esquentar a maior premiação do cinema mundial, o Virgulando recorda aqui as participações do Brasil no Oscar. Confira:
Em 1963, O Pagador de Promessas, dirigido por Anselmo Duarte, além de ganhar a Palma de Ouro no Festival de Cannes, concorreu na categoria de melhor filme estrangeiro. Mas não levou a estatueta, dada ao francês Les Dimanches de Ville d’Avray.
Vinte e três anos depois, em 1986, voltamos a concorrer nas categorias melhor filme, roteiro adaptado, diretor e ator com o filme O Beijo da Mulher Aranha, dirigido por Hector Babenco. O filme trazia um elenco de primeira: Nuno Leal Maia, Fernando Torres, Milton Gonçalves, Sônia Braga e o norte-americano Willian Hurt. Produzido em parceria com os EUA, levou apenas a estatueta de melhor ator (para Hurt, o único estrangeiro do filme).
Somente em meados da década de 90 é que o Brasil veria novamente seu nome na lista de indicados ao prêmio. Em 1996, O Quatrilho foi indicado a melhor filme estrangeiro e não ganhou. O longa, dirigido por Fábio Barreto, contava a história de dois casais que resolvem morar juntos para enfrentar dificuldades financeiras. O longa perdeu a estatueta para o holandês A Exêntrica Família de Antonia. Dois anos depois, O Que é Isso Companheiro?, de Bruno Barreto, voltou a incluir o Brasil entre os melhores filmes estrangeiros. O holandês Caráter atrapalhou mais uma vez a vitória.
Além das duas indicações acima, o Brasil participou da competição pela terceira vez em 1999, com Central do Brasil, de Walter Salles. O filme foi sucesso de público e crítica. Com destaque para as atuações de Fernanda Montengro e do garoto Vinícius de Oliveira, que concorreram nas categorias melhor atriz e filme estrangeiro. Novamente o Brasil perdeu. Gwyneth Paltrow venceu como melhor atriz por Shakespeare Apaixonado, que levou outras seis estatuetas incluindo melhor filme, e A Vida é Bela, de Roberto Benigni, como melhor filme estrangeiro.
Quem pensa que apenas os longas concorrem ao Oscar engana-se. Em 2001 o curta-metragem Uma História de Futebol, de Paulo Machine, foi indicado na categoria, mas não levou o prêmio.
Caetano Veloso foi em 2003 o primeiro brasileiro a pisar no palco da premiação. O baiano cantou Burn it Blue, da trilha sonora do filme Frida, sobre a pintora Frida Kalo. Ele concorreu, mas não levou o prêmio de melhor canção.
O ano de 2004 foi o mais esperançoso para os brasileiros. Crítica e público apostaram que Cidade de Deus, de Fernando Meirelles, traria a primeira estatueta para o Brasil. Novo engano. Concorrendo por melhor fotografia, montagem, direção e roteiro adaptado, perdeu na primeira para Mestre dos Mares – O Lado Mais Distante do Mundo e nas demais para O Senhor dos Anéis, grande vencedor do ano.
E em 2005, o Brasil foi representado pelo diretor Walter Salles, que co-produziu Diários de Motocicleta. O longa sobre Che Guevara concorreu com a canção, El Otro Lado del Rio, de Jorge Drexler. Mas o vencedor foi Sideways – Entre Umas e Outras.
Agora em 2006 só nos resta torcer para que Fernando Meirelles seja bem sucedido e quem sabe, seja o primeiro brasileiro a ser premiado no Oscar. Se isso não acontecer, seremos obrigados a esperar novos filmes.