Bruna Linzmeyer em "Amor à Vida"
Na reta final da novela Amor à Vida, Linda (Bruna Linzmeyer) irá sofrer com a prisão do advogado Rafael (Rainer Cadete), após Neide (Sandra Corveloni), incentivada por Leila (Fernanda Machado), denunciá-lo por abuso de incapaz, ao flagrá-lo dando um beijo na filha.
Mas a história de amor dos dois não parece terminar por aí e só vem ganhando força na trama de Walcyr Carrasco. Em entrevista ao Virgula Famosos, a atriz que interpreta a personagem autista contou como tem sentido a reação do público diante do casal: “A história da Linda é a história da Linda, mas também é uma história de amor, pura, delicada, romântica. E as pessoas torcem por eles”.
Ela também revelou como se preparou para dar vida a essa personagem e comentou ter conhecido outros autistas que foram pouco estimulados a se comunicarem na infância, mas que apresentaram bons resultados quando mais velhos, assim como Linda.
Além disso, Bruna já está em clima de despedida de Amor à Vida e começa a pensar em seu próximo trabalho. Ela será a mocinha Juliana na novela Meu Pedacinho de Chão, que substituirá Joia Rara em abril deste ano, na TV Globo.
Veja o que mais Bruna Linzmeyer contou na entrevista abaixo:
Virgula Famosos – Como está sendo a repercussão de sua personagem Linda nas ruas?
Bruna Linzmeyer – Linda. Fico tocada com a força com que se dirigem a mim. É como se precisassem falar. E eu preciso ouvir. Gosto, é importante para o meu trabalho, me dá força.
Quanto tempo antes de a novela começar você começou a se preparar para a personagem? Como foi essa preparação?
Tive a rara oportunidade de ter tempo. Tive mais de nove meses para me preparar, estudar, conviver um pouco com esse rico universo antes do início das gravações. Visitei instituições, famílias, conversei com profissionais, com autistas e todos foram me ajudando com sua experiência e sentimentos a me ajudar a fazer um “mapa” ou um livro de memória desses meses, incluindo filmes e livros e pessoas que eu deveria ver, ler e conhecer. Pude dormir com isso, sonhar, acordar… E no fim dos meses colocamos tudo em uma sala de ensaio onde o Sérgio Penna, um artista maravilhoso, me ajudou a construir e desconstruir a Linda. Logo depois, uma grande pessoa também veio fazer parte dessa construção, a psicóloga Laura Sarmento. Depois, nas gravações, nossos diretores iam pincelando também suas ideias, transformando e sublinhando nosso trabalho… Esse processo continua até hoje e assim o será até a última cena da nossa Linda.
Você teve contato com muitos autistas nesse período? Continua em contato com as pessoas que conheceu?
Sim. Procuro saber como eles estão, vou visitá-los quando vou à Floripa, onde fiz a pesquisa… Tenho contato com os autistas que me ajudaram aqui no Rio (de Janeiro).
Conhece algum autista, assim como Linda, que começou a ser estimulado a se expressar tardiamente e teve bons resultados?
Conheci algumas “Lindas” pelo caminho…
Como foi a reação do público quando Rafael começou a se envolver com Linda?
De emoção e de amor. A história da Linda é a história da Linda, mas também é uma história de amor, pura, delicada, romântica. E as pessoas torcem por eles.
Em sua opinião, acha que seria possível um caso tão severo quanto o que a Linda apresentava no início da novela acabar melhorando tanto a ponto de ter um relacionamento amoroso? Acha factível?
Claro que sim. Todas as biografias que eu li têm exatamente esse momento em que ninguém acreditava que era possível e foi. É claro também que a relação da Linda em uma novela é romanceada, não estamos vendo o que acontece com ela o tempo todo. Mas uma relação de amor de uma pessoa “autista severa” é uma relação de amor de um ser humano.
Depois de Amor à Vida, você será a próxima mocinha da novela Meu Pedacinho de Chão, mas terá pouco tempo de transição entre Linda e Juliana. Vê algum problema nisso?
Vejo desafios. Mas já conversei com a Linda, pedi permissão para a Juliana entrar. E tenho extrema confiança no Luiz (Fernando Carvalho), nosso diretor. Sei que ele estará ao meu lado em cada passo.
Você consegue se desligar facilmente de suas personagens?
Meu trabalho é minha própria vida. Não há separação. Nunca me desligo de meus personagens, tenho a Russinha Maluca (de Afinal, o Que Querem as Mulheres?, de 2010) aqui comigo até hoje. Mas se você pergunta se eu sofro e vou pra casa sei lá de que maneira? Não. Eu sou uma atriz. É parte da minha profissão saber lidar com as emoções que trago à tona em cena.
Tem algum personagem que ainda gostaria de interpretar?
Sim. Para sempre: o próximo! Aquele que eu ainda não fiz, aquele que eu ainda não sei fazer!