O ‘Clássico’ predomina entre as preferências de Sérgio Britto e Branco Mello, dos Titãs.

Hitchcock, Dostoievski, Ramones, Rolling Stones, Elza Soares… bem na mira.

SÉRGIO BRITTO

O titã é, definitivamente, adepto dos clássicos. Quer exemplos? Aí vai:

– Um livro: Crime e Castigo. A mais impressionante obra de Fiodor M. Dostoievski foi publicada ainda no século XIX, mais precisamente em 1860, e mantém-se em alta nas mais cultas rodas da Literatura.

A história, que une ficção e realidade, foca o jovem Raskólnikov, estudante pobre que, em certo momento de desespero, comete um crime justificado até o fim por uma teoria que o equipara a homens como Napoleão Bonaparte e César, ambos apresentados como assassinos nunca condenados.

Em Crime e Castigo, os personagens vagam por becos, tabernas, locais obscuros da cidade de São Petesburgo, à procura da melhor maneira de preservar-se diante das mais diversas formas de tirania.

– Um filme: Janela Indiscreta. Dirigido por Alfred Hitchcock, o longa é pura homenagem ao suspense e ao voyeurismo.

Tudo começa quando o fotógrafo J.B. Jeffries, interpretado por James Stewart, se vê preso a uma cadeira de rodas, graças a uma perna quebrada. A situação, que o deixa no ócio e longe do trabalho, colabora para que homem adquira verdadeira obsessão por observar a vida de seus vizinhos pela janela.

O passatempo adquire tom sério quando J.B. presencia o que ele pensa ser um assassinato.

À procura da verdade, pede ajuda à namorada, vivida pela bela Grace Kelly, conhecida socialite.

Cult, Janela Indiscreta tem um dos mais intensos finais do Cinema.

– Um show: Rolling Stones na praia de Copacabana, Rio de Janeiro.

Não precisa explicar: uma das maiores bandas de todos os tempos, show na praia, clássicos do rock, 1,3 milhões de pessoas.

bonus track

Em casa – sozinho ou acompanhado -, na balada e no fone de ouvido:

– banda velha – Ramones

– banda nova – Arctic Monkeys (eles mesmos, os ingleses mais elogiados da atualidade)

BRANCO MELLO

Clímax: Mais um titã se declara admirador do ‘Mestre do Suspense’, Alfred Hitchcock.

No topo da lista de melhor filme elaborada por Branco Mello, Psicose, cujo fracassado remake de 1998 reafirmou a notoriedade do original.

Inspirado na vida do psicopata Ed Gein, conhecido como o assassino canibal de Winsconsin, Psicose logo se tornou um dos maiores clássicos do Terror.

Filmado todo em preto e branco, em 1960, a trama tem seu início quando a secretária Marion rouba US$ 40 mil do patrão e foge.

Em busca de um local para passar a noite, se depara com o sinistro Motel Bates, prédio em lugar dos mais inóspitos, gerenciado por Norman Bates, um sujeito estranho dono de um relacionamento bizarro com a mãe.

Psicose apresenta uma das mais memoráveis cenas do Cinema, ao levar ao público a morte de sua protagonista, logo no início do filme. Só para relembrar: Marion toma banho quando Norman entra lentamente em seu quarto, chega ao banheiro e a assassina a facadas.

curiosidades

1. O filme foi elaborado em preto e branco por sugestão de Hitchcock, que dizia: um longa do gênero, se colorido, ficaria muito “ensanguentado”;

2. o sangue falso foi feito de chocolate;

3. o som das facadas é o som de uma faca encravando um melão.

4. Psicose foi indicado a quatro prêmios Oscar – melhor diretor, atriz coadjuvante (Janet Leigh), fotografia e direção de arte -, mas não levou nenhum.

– Legítima voz escrita: Branco Mello escolhe o livro Cantando Para Não Enlouquecer, biografia de Elza Soares escrita por Jose Louzeiro, cujo texto surge de fitas gravadas pela cantora, além de depoimentos de parentes e amigos.

bonus track

– banda velha: Ramones! De novo! E de novo. E de novo…

– banda nova: Green Day – nem tão novo… renovado, no entanto.


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Exclusivo: Sérgio Britto e Branco Mello não têm medo dos clássicos