Haroldo Rossi é arquiteto e trabalha com cenografia há 8 anos. No currículo, cenários para o teatro, minissérie, filmes publicitários e incursões na TV Cultura e no SBT, onde assina o cenário de uma das principais atrações da emissora: o reality show Ídolos.

Em entrevista exclusiva ao Virgulando, Haroldo contou um pouco de sua experiência e da profissão. Confira:

Virgulando – Qual é o cenário mais difícil que você já criou?
Haroldo Rossi – O processo mais complicado talvez tenha sido o Programa Livre com a Babi. Ela estava vindo da MTV para o SBT e queria algo que tivesse a cara dela. Foram vários os cenógrafos e propostas apresentadas; um processo que durou
uns 30 dias com consecutivas reuniões, discussões e alterações de projeto. Após aprovado o cenário, construído e gravado por um mês, retornamos por
ordem superior o antigo cenário apenas com alterações de cor, já que o programa tinha uma identidade própria, que não deveria ser perdida.

VR – Você já teve problemas com apresentadores dando palpite no seu trabalho?
HR -Faz parte do processo o apresentador se envolver com o cenário, afinal será a ‘casa’ dele. Geralmente conversamos, sugiro coisas que possam superar as expectativas deles, e por sorte nunca tive problemas. Mas acontece com colegas de profissão.

VR – O público-alvo do programa interfere na criação do cenário? Qual outro elemento é importante para a criação do mesmo?
HR – Com certeza o público faz o programa. Levamos em consideração idade, classe social, público masculino ou feminino, horário de transmissão. Outro elemento importante é a criatividade. Para um detalhe ou algo diferenciado que esteja surgindo no mercado, o cenógrafo deve estar ‘antenado’ com tudo que esta acontecendo, seja em artes plásticas, arquitetura, design, cinema ou o cotidiano da cidade.

VR – Quanto tempo leva, em média, para a idéia sair do papel e ser concretizada?
HR – Dependendo do caso, o projeto é feito da noite para o dia e em dois dias já está construído. Se é algo simples como montar um set, fazemos em questão de horas.

VR – Qual a importância do cenário para o programa?
HR – O cenário é o visual, a identidade. É a cara do programa. Às vezes pode ser algo simples ou mais sofisticado, conta muito a necessidade do programa. Seria muito sem graça se todos os programas que assistissemos tivessem o mesmo fundo, a mesma cor, a mesma cadeira.

VR – Quais são os materiais que você mais utiliza?
HR – Como base uso madeira e ferro, os acabamentos são com pintura ou revestimentos existentes no mercado, e muita criatividade. Ver uma tampa de ralo, por exemplo, como um elemento vazado desfigurando a sua função original, faz parte do processo criativo. O bom cenógrafo deve ser um bom ‘mentiroso’, fazer o que não é, ser algo que é para o espectador. Contamos hoje com lançamentos de eletrônicos, peças exclusivas e novidades aparecendo no mercado, quando podemos usá-los é muito legal explorarmos.


int(1)

Exclusivo: Haroldo Rossi, cenógrafo do Ídolos, fala sobre a profissão

Sair da versão mobile