Escritora bem sucedida, Fernanda Young emplacou na televisão com a série Os Normais, escrita por ela e o marido Alexandre Machado, e protagonizada pela dupla de comediantes Luiz Fernando Guimarães e Fernanda Torres.

O trio repete a dose em Supersincero, do Fantástico, onde Luiz Fernando vive o dilema de ser sincero 24 horas por dia. Isso sem contar a nova série Minha Nada Mole Vida, também estrelada por Luiz e que vai dar graça às noites de sexta-feira.

E no meio de tantos programas, não poderia faltar o dela. Depois do Saia-Justa, onde dividiu o espaço com Marisa Orth, Rita Lee e Mônica Waldvogel, Fernanda estréia neste domingo à meia-noite, Irritanto Fernanda Young, também na GNT.

No programa veremos a autora irritada no trânsito e em locais como a sala de espera de um consultório médico. No mínimo curioso assistí-la.

E adivinhem quem será o primeiro entrevistado? Luiz Fernando Guimarães. Vício? Não. Nas palavras da ecritora, “Luiz é o melhor comediante do Brasil”.

Aproveitando a estréia do programa, o Virgulando conversou com a escritora, que também tem novidades literárias: está lançando seu primeiro livro de poemas, Dores do Amor Romântico.

Virgulando – O que te irrita facilmente?
Fernanda Young – Preconceitos. De todas as formas e gêneros. Principalmente os disfarçados.

VR – E você, sabe o que irrita mais nos amigos, conhecidos?
FY – Não. Espero que não seja eu.

VR – Algumas pessoas se referem a você como encrenqueira, briguenta… Não acha que o programa reforça essa idéia ou você nem está preocupada com isso?
FY – Quem são essas pessoas que se referem a mim como encrenqueira e briguenta? Me diz os nomes que eu vou lá quebrar a cara delas.

VR – O programa será um reality show, certo? Esse gênero te agrada?
FY – Não é exatamente um reality show. É um talk show com pitadas de “fake reality”. Para entender o que significa isso, só vendo. Existem reality shows interessantes, não tenho preconceito contra o gênero.

VR – Seu primeiro convidado do programa será o ator Luiz Fernando Guimarães. O que ele tem na representação dos seus textos que outros atores não têm, já que estarão trabalhando juntos novamente na série Minha Nada Mole Vida?
FY – O Luiz é o melhor comediante do Brasil. Qualquer um que escreve comédia sonha em tê-lo no elenco.

VR – O que você acha do humor na televisão brasileira hoje? Humor precisa ser inteligente?
FY – Não, precisa ser engraçado. Eu prefiro as comédias menos fáceis, pois não gosto de facilidade. Mas há espaço para tudo. Afinal, nada é mais engraçado que um tombo.

VR – Falando sobre sua carreira literária, você acaba de lançar o livro de poesias Dores do Amor Romântico. Depois de seis livros, o que te inspirou a escrever um de poemas? Nessa ‘história abstrata’ – sem a estrutura início, meio e fim de um livro e personagens marcados – quem é a principal personagem?
FY – Eu, claro. O personagem de todo poema é o poeta, não tem jeito. Escrevo poemas desde de pequena, poesia foi minha primeira grande paixão. Nunca havia publicado, mas achei que chegou a hora.

VR – Como é escrever um livro? Cumpre algum ritual, e chega a ser um processo agonizante?
FY – É super agonizante. Mas não tenho rituais. Cada dia é um dia, para tudo na minha vida.

VR – Você tem o costume de reler seus trabalhos anteriores? O que você sente: arrepende-se de algo, é crítica, ou tem a sensação de dever bem cumprido?
FY – Releio às vezes. Gosto e não gosto de várias coisas, mas não me arrependo de nada. Tudo teve seu motivo e seu contexto.

VR – Assim como os atores, os escritores vivem representando/criando diferentes vidas e personagens. Que tipo de pessoas são vocês, escritores?
FY – Ih, sei lá. Não conheço muitos escritores.

VR – Sobre seu estilo. Me corrija se estiver errada, mas é um jeito moderno – diria até pop – e direto de escrever, e que vem sendo seguido por muitos autores jovens aqui no Brasil. Existe resistência dos escritores tradicionais quanto a esse jeito de escrever? E você se acha uma escritora/comunicadora moderna?
FY – Sou pop, sim, mas não por estratégia. Sou produto de uma era. Há resistências por todos os lados, principalmente dos acadêmicos. Mas não perco meu tempo discutindo. Como diria Madonna, estou muito ocupada sobrevivendo.

VR – Onde encontramos mais da Fernanda Young: no texto da tevê, nos livros, ou no “Irritando Fernanda Young”?
FY – Nos livros, sem dúvida.

VR – Que livro você dedicaria ao Brasil?
FY – Acho que o brasileiro precisa melhorar sua auto-estima. Será que existe um livro de auto-ajuda para populações?

VR – Para finalizar, uma curiosidade: existe alguém que você tem ou teria o prazer de irritar?
FY – Os caretas. Adoro irritar a caretada que nos cerca.


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Exclusivo - Fernanda Young: 'Adoro irritar a caretada que nos cerca'

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