Fábio Azevedo ficou conhecido depois de interpretar o estudioso Marcelo em Malhação.
Agora, depois de outras experiências, o ator assina a produção e cenografia do espetáculo teatral Rapunzel, que estréia neste final se semana em São Paulo. Além de Fábio, Graziella Schmidt e Mariana Hein também estão no elenco.
Em entrevista exclusiva ao Virgulando, o ator falou das novas “funções” no teatro, entre outros. Confira!
Virgulando – Na peça Rapunzel você é produtor, ator e também cenógrafo. Você fez algum curso de cenografia ou não, foi na criatividade?
Fábio Azevedo – Essa é a primeira vez que eu faço cenografia, e nunca fiz nenhum tipo de curso. Na verdade eu sempre gostei muito de desenhar, fazia fanzines no colégio e tudo mais. Surgiu essa possibilidade de fazer o cenário e eu agarrei. Por enquanto eu recebi só elogios. Vamos ver a reação do público paulista.
VR – É a primeira vez que você produz uma peça? E qual é o trabalho do produtor?
FA – Essa é minha primeira produção. O produtor é a pessoa que tem se desdobrar para fazer um pouco de tudo. Por exemplo: eu criei a cenografia e tinha que supervisionar o andamento da confecção dos cenários, criação de efeitos visuais, etc. Além disso, também fiz a captação de uma parte dos recursos para o espetáculo.
VR – E sobre a história, que é de autoria do Walcyr Carrasco. É uma Rapunzel tradicional ou ele modernizou a trama?
FA – O Walcyr fez um trabalho muito bonito e delicado nessa adaptação. A Rapunzel não é só uma menina presa numa torre esperando um príncipe para salvá-la. Ela é uma sobrevivente, determinada e decidida. E isso se repete em todos os personagens da trama. O príncipe, a cachorra, a bruxa, o corvo, são todos bem diferentes do esperado.
VR – Com relação ao público, a peça é voltada ao infantil ou não?
FA – Essencialmente a peça é infantil, mas nós (produção, direção e elenco) nunca a tratamos dessa forma. Existem aqueles que dizem que fazer espetáculo infantil é fácil, afinal as crianças são “ingênuas”. Na verdade as crianças são o público mais severo, pois se a peça não estiver boa, elas literalmente viram-se paro lado e começam a brincar de alguma coisa. Fora isso, os pais sempre sofrem em espetáculos infantis. Pensando em tudo isso nós criamos uma peça que até agora tem agradado a todos.
VR – Você foi ‘picado’ logo cedo pelo teatro. E aproveitando, os atores falam muito do prazer de fazer teatro. Onde está esse prazer para você?
FA – O prazer do teatro está na falsa sensação de controle que nós atores temos. Cada espetáculo é completamente diferente apesar de ter sido concebido e ensaiado para ser sempre “igual”. Em especial no teatro infantil, essa sensação de ineditismo é muito grande, pois as crianças sempre reagem de formas distintas. Por exemplo: em uma das apresentações da pré-temporada de Campinas (ficamos lá um mês) uma criança quase fez um escândalo tentando avisar o príncipe que a bruxa estava na torre. Essa conexão com o público é extremamente prazerosa e mágica.
VR – Pretende voltar logo para a televisão ou ainda não tem nenhum papel em vista?
FA – Eu não tenho nenhum projeto envolvendo televisão. Mas não estou de portas fechadas.
VR – Se você pudesse escolher, qual papel da dramaturgia brasileira você gostaria de viver, algum que tenha de marcado e feito você querer ser ator?
FA – Não sei o que me motivou a ser ator. Não sei dizer se foi um personagem que vi, que me despertou esse interesse, se foi um livro ou uma música. Às vezes tenho a sensação que não escolhi a profissão, mas fui escolhido. Depois que comecei a trabalhar sempre sonhei em interpretar o Romeu, de Romeu & Julieta e realizei esse sonho em 2002, quando viajei pelo Brasil com o espetáculo. Mas hoje em dia tenho um interesse especial pelos vilões.
VR – Qual é a frase que você mais ouve quando alguém te reconhece?
FA – “Mas eu pensava que você era metido!”.
Rapunzel está em cartaz no Teatro Folha, aos sábados e domingos às 16 horas. Fábio também está em cartaz com outra peça, Balada-Tinta Branca em Parede Suja, de Plínio Marcos, no teatro Ruth Escobar às sextas (22:30), sábados (21:30) e domingos (19 horas).