“O Programa de Todos os Programas”, de Flávio Ricco e Dani Bavoso no R7.com, recebeu nesta terça-feira (04) a atriz e dramaturga Beth Goulart para uma conversa emocionante sobre o lançamento do livro “Viver é uma Arte: transformando a dor em palavras”, em que conta memórias e aborda o luto da perda dos pais, os atores Paulo Goulart (1933-2014) e Nicette Bruno (1933-2020); sua admiração pela escritora Clarice Lispector; e as experiências com diferentes personagens nos palcos e nas mais de 30 produções para a TV nas quais trabalhou, como “A Terra Prometida”, “Jesus” e “Genesis”.
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Beth contou o processo de início de escrita do livro recém-lançado “Viver é uma Arte: transformando a dor em palavras”, fruto que surgiu após as palestras ministradas por ela e por Nicette Bruno sobre o processo de superação da morte de Paulo Goulart por meio do teatro e da arte. “Começamos conduzindo o livro como as palestras, eu ditava os temas e minha mãe comentava. Partimos da morte do meu pai, mas, durante o processo, minha mãe pegou covid e partiu. Daí o livro ganhou outra característica e outro teor. Eu comecei a falar do meu processo de perda da minha mãe e fazendo paralelos com a perda do meu pai”, explicou.
Ao falar sobre a literatura em sua vida, a atriz também comentou a inspiração em Clarice Lispector e confessou que admira a escritora desde os 13 anos, a quem teve a oportunidade de resgatar a força da autora na linguagem do teatro com o espetáculo “Simplesmente Eu, Clarice Lispector”, que interpretou por nove anos nos palcos brasileiros. “A sensação que eu sempre tive que ela conseguia enxergar dentro de mim, ler a minha alma, compreender meus estados interiores e aqui me deu uma identificação com ela muito profunda. Clarice consegue ter essa relação de cumplicidade com seus leitores”, afirmou.
Durante a conversa, Beth ainda relembrou o desafio de adaptar o livro “Perdas e Ganhos”, de Lya Luft, para os palcos e como foi dirigir a mãe no teatro. “Esse trabalho ajudou muito minha mãe a superar a perda do meu pai. A história caia lindamente e perfeitamente na história de vida da minha mãe. Essa foi a grande adaptação que eu fiz para ela, eu trouxe as palavras de Lya para a história de vida da minha mãe e do meu pai, e o espetáculo acabou sendo uma homenagem ao meu pai”, comentou a dramaturga e confessou um pedido especial de Paulo Goulart para a peça. “Meu pai pediu que minha mãe tocasse piano na peça e ela tocou uma música que compôs para ele. Ele sempre foi um incentivador desse trabalho”, contou emocionada.
Beth comentou a sensação de fazer parte da família de muitos brasileiros, ao falarem da relação dos fãs com Paulo Goulart e Nicette Bruno. “Eu comecei a trabalhar na barriga de minha mãe, enquanto ela gravava a série ‘Dona Jandira em Busca da Felicidade’. Minha mãe engravidou e ela pensou em parar, mas o autor disse que não deixaria e que engravidaria o personagem também”, contou aos risos, relembrando os bastidores do seriado ao vivo que os pais participavam na extinta TV Continental do Rio nos anos 60.
A atriz, que provavelmente fará uma participação especial na série “Reis”, confessou gostar de interpretar personagens bíblicos pela oportunidade de exercício histórico que a atuação lhe proporciona. “Todos os personagens têm a sua beleza e sua complexidade e o seu desafio. Eu gosto das novelas bíblicas por causa desse mergulho histórico, de conhecer melhor a época, o comportamento daquelas pessoas e as atitudes. Aquilo te faz ir para outro tempo, sair do seu cotidiano, e viver um outro momento histórico”, explicou a intérprete de Mirian da novela “Jesus”, da Record TV.
A entrevista de Beth Goulart ao “O Programa de Todos os Programas” está disponível no portal R7.com, no PlayPlus e no canal do R7 no YouTube.
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