O ator porto-riquenho Benicio del Toro afirmou nesta quinta-feira (24) em Cannes, onde apresentou o filme 7 días en La Habana (7 dias em Havana), que as dificuldades que os Estados Unidos impõem para que os cidadãos americanos viagem para Cuba podem ser considerada um tipo de censura.
O filme é dividido em sete capítulos, cada um dirigido por um cineasta, entre eles Del Toro.
“Talvez a censura seja a dificuldade que uma pessoa com passaporte americano tem para viajar para Cuba. Não é fácil. É preciso pagar uma quantidade de dinheiro, é preciso pedir permissão ao governo para poder viajar, talvez poderíamos dizer que isso é uma censura”, afirmou.
Segundo o ator, a autorização para viajar à ilha “pode demorar de três a quatro meses, o que não ocorre em nenhuma outra ilha do Caribe, como a Jamaica”.
Ao lado de Del Toro, estavam outros dois dos sete diretores que participaram de 7 días en La Habana, o argentino Pablo Trapero e o espanhol Julio Medem, que destacaram que durante as filmagens em Cuba não sofreram nenhum tipo de censura.
“Sabíamos que havia gente por perto mas não aconteceu nada”, afirmou Trapero.
O objetivo do filme, que contou ainda com a participação do palestino Elia Suleiman, do cubano Juan Carlos Tabio e dos franceses Gaspar Noé e Laurent Cantet, foi mostrar a visão pessoal dos cineastas sobre Havana. Benicio del Toro contou uma história protagonizada por um turista americano que procura festas e mulheres em Havana.
O projeto foi coordenado pelo escritor cubano Leonardo Padura, que procurou conectar cada uma das histórias para dar uma unidade ao filme, o que pode ser visto no otimismo de cada uma das narrativas, nas quais está presente o amor dos cubanos pela música, sua felicidade dentro de uma situação complicada e sua forma de rir da vida até nos momentos mais dramáticos.