Você pode até achar que aquele “barulho” a que chamam de música, cheio de beats e rotações por minuto, nem merece atenção. Ou pode apenas achar irritante. Mas é fato que, nos últimos anos, a música eletrônica tem ganhado cada vez maior número de adeptos – vide festivais como o Skol Beats, que acontece neste sábado (13), ou todas as megaraves que pipocam por aí, como a 1200 e a Zenith.

De onde vem todo esse fascínio por músicas rápidas, de batidas fortes, regadas a efeitos psicodélicos? “A Música Eletrônica de qualidade envolve sentimentos. Por isso mesmo, ela contagia as pessoas”, afirma Márcio ou, simplesmente, DJ Techjun, “especializado” em acid house e techno.

Tech iniciou a carreira aos 11 anos de idade, época em que tocava hip hop, graças à influência de seus amigos DJs e, hoje, pode ser considerado um dos maiores DJs do país.

O Virgulando conversou com ele e te passa as melhores considerações sobre o dia-a-dia de uma carreira cobiçada por muitos:

Virgulando: Quanto uma pessoa precisa desembolsar para entrar na carreira?

Techjun: “Você compra um par de toca-discos technics sl1200mk2 usados e um mixer de dois canais. Isso dá uns R$ 3.000. Liga no seu microsystem no começo e, depois, compra umas caixas amplificadas ou caixas de 1 potência”.

VR: Com que idade é legal começar?

TJ: “Comecei a mexer com música e com os toca-discos aos 11 anos de idade, e comecei minhas primeiras apresentações profissionais aos 15 anos. O importante é ouvir muita música e pesquisar muito e treinar bastante. O quanto antes, melhor”.

VR: O que é preciso para se destacar entre os DJs atuais?

TJ: “Tem que ter personalidade, pesquisar muito, procurar fazer o seu som com suas características, criar sua identidade musical, e divulgar bastante seu trabalho. Precisa gravar CDs e enviá-los aos promoters. DJ precisa aparecer. As pessoas precisam saber que você existe. Não pode ficar parado, tem que correr atrás, trabalhar muito e acreditar em você sempre”.

VR: O que você ouve em casa e o que não falta no seu set list?

TJ: “Eu me inspiro em diferentes tipos de música para compor meus sets, seja música clássica, rock, MPB, jazz, hip hop. Aplico tudo no set, tocando músicas que têm alma, que foram feitas com o coração. Hoje meu set se baseia em Minimal, Electrohouse, Techouse e Deep Techno”.

VR: Como você define o fã de música eletrônica?

TJ: ”Não tem um perfil básico, é difícil definir. Tem velhos, novos… O importante é ter a mente aberta”.

VR: Para finalizar, o que é imperdível nesta edição do Skol Beats?

TJ: “Eu, é claro [risos]. E Loco Dice, Sven Vath, Tiga, LCD Soundsystem, o Prodigy, Gabriel & Dresden, D-Nox e Beckers e Patife e banda”.

O Skol Beats acontece neste sábado (13), no Anhembi (SP), a partir das 14 horas.

O DJ Techjun é residente no club D-Edge, um dos mais bonitos de Sampa. De lá, ele comanda a noite Mothership, todos os sábados.


int(1)

DJ Techjun: 'Música eletrônica envolve sentimentos, por isso contagia'