Atualmente o mundo da moda não está só nas passarelas. Invadiu a televisão, ganhou espaço nas revistas e é o grande sonho de muitas meninas.

Pensando nas futuras – e atuais – profissionais, é que a modelo Cláudia Liz escreveu o livro O Caminho da Passarela, que mostra passo a passo como se tornar uma top model.

Mas Cláudia não parou por aí. Começou a ser chamada para ministrar palestras e workshops. “Tenho dado palestras para adolescentes e mulheres que querem atualizar sua imagem, seja no vestir, nos cuidados com a beleza ou no comportamento”, disse Cláudia. Sua principal dica para uma modelo iniciante é “ser bem orientada e fazer as escolhas certas na vida”.

Para falar mais sobre um dos assuntos mais ‘badalados’ – moda – Cláudia concedeu uma entrevista exclusiva ao Virgula. Confira:

Virgulando – Em 1996, você viveu uma situação delicada, e que foi acompanhada por todo o Brasil, ao se submeter a uma lipoaspiração. Havia muita pressão para emagrecer naquela época? Isso continua hoje?
Cláudia Liz – Todas as profissões tem suas regras e funções. Dentro do mercado, modelo é a profissional que mostra a roupa/produto e cria o desejo de consumi-la. Ela é uma vendedora. A modelo fashion tem que ter no mínimo 1.75m de altura, no máximo 90cm de quadril e caber no manequim 38. Isso é regra e vai ser sempre assim, pois indubitavelmente, as roupas caem melhor e são mais valorizadas nesse tipo de corpo.

VR – O que te levou a escrever o livro: vontade de passar seus conhecimentos sobre a profissão ou reparou que as modelos estão caindo em muitas armadilhas?
CL – Fiz o livro para as meninas que são o retrato do que já fui um dia: uma menina do interior, ingênua, numa fase da vida onde se está formando uma identidade própria e você se vê obrigada a lidar com as situações de trabalho e de vida de um adulto. Ganha-se dinheiro fácil e rápido. Em outros momentos e fases, pode ficar sem ganhar nada. As experiências, cultura, informações e relacionamentos que você adquiri no tempo de modelo são oportunidades raras na vida de uma pessoa, e podem trazer bons frutos na transição de carreira.

VR – Fale um pouco sobre a produção do livro.
CL – Foram 2 anos de pesquisa, entrevista com médicos, maquiador, stylist, estilistas, agências de modelos, departamento de new faces, modelo, top models, celebridades até o departamento internacional. Depois coloquei tudo no papel. A editora adorou e quis editar o livro.

VR – E por falar nisso, quais são as armadilhas mais freqüentes na profissão? A novela Belíssima mostrou uma, onde se contratam modelos para exercer “outra” função fora do Brasil. Conhece alguém que já passou por isso?
CL – Não conheço, mas já ouvi muitos casos. As armadilhas mais freqüentes são: falsos caçadores de talentos, falsas agências, falsos ‘fazedores’ de book, pessoas que usam os sonhos dos outros para tirarem vantagens, financeiramente ou sexualmente.

VR – No livro as ilustrações são suas. Já pensou em desenhar figurinos, criar a sua própria grife ou isso não está nos planos?
CL – Já desenhei roupas para mim e fiz curso para estilista, mas nunca quis trabalhar com confecção e lojas. Desenho e pinto quadros. Gosto de criar imagens e conceitos, viabilizar negócios que lidam com imagem. É isso o que amo fazer!

VR – No ano passado a modelo Kate Moss se envolveu num escândalo com drogas, e disseram que sua carreira estava arruinada. Nada disso aconteceu. O que pode destruir a carreira de uma modelo?
CL – Se envolver com drogas pode sim destruir uma carreira, pois a destrói mental e fisicamente. Não podemos usar o caso ‘Kate Moss’ para ilustrar. É um caso completamente atípico. Sair do peso, das medidas, problemas físicos que comprometam a estética, isso pode prejudicar.

VR – Comparado à década de 90, hoje ficou mais fácil ser modelo?
CL – Hoje a profissão de modelo é mais desejada, concorrida e se tem mais acesso a informações do mercado de moda. Antes essa profissão não era tão desejada e tão acessível.

VR – E os trabalhos na televisão, desistiu da carreira?
CL – Não quis mais dedicar o meu tempo e minha vida à carreira de atriz. Não gosto de estar super exposta, enlouquecida com viagens e agenda. Gosto de ter uma vida mais regrada, com rotinas certas, gosto de estar mais presente na vida do meu filho. Trabalho muito hoje, mas pelo menos tenho os finais de semana livre para curtirmos juntos e posso vê-lo todos os dias.

VR – O que te atraiu ao mundo da moda?
CL – Imagens, atitudes, comportamento.

VR – Para finalizar, falta algo na moda brasileira?
CL – Estamos começando a contar nossa história no mercado nacional e internacional. Muita coisa ainda está por vir. Discute-se muito sobre o que é moda brasileira, quem a cria e copia. Acho que no Brasil, poucos podem consumir moda. O mercado fica viciado em fazer roupas para a classe que pode consumir e que acaba sempre tendo as mesmas características e comportamentos.

Para mais informações, acesse o site oficial do livro da modelo: www.ocaminhodapassarela.com.br .


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Cláudia Liz: 'No Brasil, poucos podem consumir moda'

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