O título acima não é fachada. Quem estava na platéia do desfile de Marcelu Ferraz na semana de Moda Casa de Criadores desta terça-feira sabe: o mais aplaudido foi também o mais criticado.
Para começar, o estilista abriu sua apresentação com uma modelo que, vestida de dourado, seguia de capuz.
A revelação veio quando a mesma chegou em frente ao PIT – área reservada para fotógrafos e cinegrafistas: por baixo do capuz, uma Medusa, personagem mitológico.
As serpentes que substituíam os cabelos anunciaram o que seria o desfile menos, digamos, adequado ao dia-a-dia e mais com cara de passarela (ou de causação, como disseram alguns…).
O desfile de Marcelu Ferraz colocou em destaque, além da Medusa, muita gente que você conhece: a madrasta da Branca de Neve, Shee-ra, Cruela Cruel, Mulher-Gato e outras.
Não faltou brilho, decote, fetiche, cintura marcada, pele à mostra, verniz. Até seios nus desfilaram por ali, acompanhando um casaquinho que fazia conjunto com uma saia enorme de tule verde.
Do seu jeito, Marcelu brincou com o poder feminino e os desejos masculinos. Daí as botas de cano alto, os braceletes e espartilhos.
O que se ouviu ao final: Meio sem ordem. Uma hora vem um vestido incrível. Em outra, uma combinação brega e nada a ver; Lindo!; Muito exagerado. Se bem que divertido…; Arrasou.
As opiniões dissonantes reafirmam: quem gostou, adorou; quem não gostou, odiou.
Fato é que criatividade não faltou, num desfile que ainda teve modelo Anos 70 (tricô pink com bota branca), novamente em alta graças à Madonna, e Lucimara Parisi como a cruel vilã de Os 101 Dálmatas.