A jornalista Astrid Fontenelle deu uma entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, publicada neste domingo (23). Ela, que foi diagnosticada com lúpus há 8 meses, contou como lida com a doença.
“Não tem cura. Vou conviver com a doença por muito tempo”, disse Astrid. Lúpus é uma doença autoimune, que pode atacar órgãos vitais. Para não correr riscos, ela agora tem até a água do banho filtrada e também não pode tomar sol, tudo para evitar infecções.
Um dos assuntos abordados foi o fato de ela ter que raspar o cabelo, pois o tratamento inicial provocou queda, e falou também sobre como o filho Gabriel respondeu a isso.
“Com ele na área, não deu tempo de sofrer. Olhou pra minha cara e caiu na gargalhada: ‘A mamãe ta careca’. Ele só ria”.
O garotinho de quatro anos foi adotado quando tinha 40 dias de vida. “Quando vi o garoto chorando no colo da assistente social, eu arranquei ele da mulher: ‘Meu filho!’. Parecia cena da maternidade”, conta ela, que um mês depois oficializou a adoção.
Outro assunto abordado foi preconceito, pois Gabriel é negro. “Outro dia um coleguinha chamou ele de pretinho em tom pejorativo”, conta Astrid, sendo que depois disso Gabriel perguntou sua cor. “Você é negro, filho.” Ele rebateu: “Não, mãe, essa cor aqui”, apontou para a pele. “É marrom, querido. Mamãe é bege. Você é negro, eu sou branca. É nossa raça”. Assim, o tema racismo foi debatido: “Preconceito existe. O importante é fortalecer a estima e ele entender que é negro, é lindo, inteligente”.
Astrid chega a lamentar a chegada da enfermidade, mais pelo momento que aconteceu: “Por que meu corpo quer me destruir? Justo quando tava tudo certo na vida: recém-casada, curtindo meu filho fofo. Tinha acabado de ser premiada”, lembra do prêmio que recebeu da Associação dos Críticos de Arte, pelo programa Chegadas e Partidas, do canal pago GNT.
Agora, a mulher de 51 anos revela que tem Gabriel como um trunfo para superar a doença: “Seria uma sacanagem eu ficar comprometida ou morrer. Deus não pode fazer isso com ele. Tenho que ficar boa pelo meu filho”.