10 criminosos famosos da cultura pop que de fato existiram
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Depois de 126 anos, o mistério acerca da identidade de Jack, o Estripador, pode ter chegado ao fim. Pelo menos é o que afirma o empresário Russel Edwards, de 48 anos, que arrematou em um lelião, em 2007, um xale de uma das vítimas, Catherine Eddowes, que continha o DNA do criminoso mais famoso da cultura pop. As informações são do jornal inglês The Independent.
Segundo Edwards, Jack era Aaron Kosminski, de 23 anos, um imigrante polonês que trabalhava em Londres como barbeiro. Após a descoberta, o empresário pesquisou a vida de Kosminski e descobriu que passou por uma sequência de manicômios, até morrer em 1899 em função de complicações de uma gangrena na perna.
Toda a história, claro será lançada em um livro escrito por Edwards, chamado Identificando Jack, o Estripador. Enquanto a obra não sai, o Virgula Famosos aproveitou para ir atrás de outras histórias de bandidos famosos da cultura pop.
Ficou curioso? Então olha só este especial com 10 bandidos famosos da cultura pop que, de fato, exitiram.
Billy the Kid (Estadunidense. Nasceu em 1859 e morreu em 1881, aos 21 anos)
O humano: William Henry McCarty começou a praticar pequenos furtos na adolescência por necessidade. Cometeu o seu primeiro homicídio aos 17 anos, após uma briga em um bar com um desafeto. A carreira precoce como bandido ganha um hiato quando começa a trabalhar para um fazendeiro, mas após o assassinato de seu patrão, Billy sai em busca de vingança, matando ao menos três até o dia em que foi morto pelo xerife Pat Garrett.
A lenda na cultura pop: “Um assassinato para cada ano de vida”. Assim ficou conhecido um dos pistoleiros mais famosos do Velho Oeste. De lá para cá, Billy já foi tema de músicas como Billy Get Your Guns, do Jon Bon Jovi e The Ballad Of Billy The Kid, de Billy Joel. No cinema, a influência de Billy é ainda maior. Vários filmes se inspiraram no garoto e em seu confronto final com o xerife, como Um de Nós Morrerá (1958), dirigido por Arthur Penn e com Paul Newman como Billy; e Pat Garrett & Billy the Kid (1973), dirigido por Sam Peckinpah e com trilha sonora de Bob Dylan.
Jesse James (Estadunidense. Nasceu em 1847 e morreu em 1882, aos 34 anos)
O humano: Filho de um agricultor (assassinado quando Jesse tinha apenas três anos de idade), Jesse James e seu irmão, Frank James, seguiram o ofício do pai, mas a Guerra Civil os colocou na luta e eles se uniram a um grupo de guerrilheiros. Com o fim da guerra, em 1865, Jesse se dedicou ao crime tornando-se um dos maiores bandidos do Velho Oeste até que foi assassinado pelo seu até então amigo Robert Ford, que o matou para ficar com o dinheiro da recompensa.
A lenda na cultura pop: Caubói preciso no gatilho, inúmeros roubos, assassinatos e uma morte por traição. Tudo o que um filme de faroeste quer, certo? Certo. E não foram poucos os longas que se dedicaram a Jesse James, além de seriados e músicas. Da extensa lista, vele ver Quem Foi Jesse James (1957), dirigido por Nicholas Ray (diretor de Juventude Transviada); O Assassinato de Jesse James pelo Covarde Robert Ford (2007), de Andrew Dominik com Brad Pitt como Jesse James; e Eu Matei Jesse James (1949), de Samuel Fuller, que coloca um novo (e polêmico para época) ponto de vista sobre os motivos do assassinato.
Bonnie & Clyde (Estadunidenses. Ela nasceu em 1910; ele, em 1909. Morreram juntos em 1934, com 23 e 25 anos respectivamente)
Os humanos: Inteligente, Bonnie Elizabeth Parker chegou a escrever poemas e trabalhar como redatora de discursos políticos. Clyde Champion Barrow era de uma família pobre e se envolveu em crimes desde cedo. Juntos, comandaram uma quadrilha que aterrorizou a população, assaltando e matando quem se colocava em seu caminho. Em uma emboscada, no dia 23 de maio de 1934, foram mortos por uma rajada de balas.
A lenda na cultura pop: Eles são o casal de bandidos mais famoso da cultura pop. Viraram músicas como a de Serge Gainsbourg e Brigitte Bardot, seriados de TV e filmes. Dentre eles, Bonnie e Clyde – Uma Rajada de Balas (1967), dirigido por Arthur Penn e estrelado por Faye Dunaway e Warren Beatty.
Al Capone (Ítalo-americano. Nasceu em 1899 e morreu em 1947, aos 48 anos)
O humano: Filho de imigrantes italianos pobres, Alphonsus Gabriel Capone nasceu no bairro Brooklyn, em Nova York, e, desde cedo, fez parte de gangues juvenis. Aos 20 anos, tornou-se braço direito do gangster Johnny Torrio. Quando este foi assassinado, Al Capone passou a liderar os negócios que eram basicamente o contrabando e venda de bebidas entre outras atividades ilegais, durante a Lei Seca. Por ter uma cicatriz no rosto, também era conhecido como Scarface. Em 1931, foi condenado por fuga aos impostos, com onze anos de prisão. Ele morreu em decorrência de uma sífilis, em 1947.
A lenda na cultura pop: Se Jesse James virou o modelo caubói dos filmes de faroeste, o mesmo pode se dizer da relação dos filmes de gangster para com Al Capone. Embora poucos filmes se preocuparam em contar a história de Capone, uma infinidade deles se inspirou no Scarface para criar seus personagens, como o filme homônimo de Howard Hawks de 1932, e Os Intocáveis (1987), dirigido por Brian de Palma, com Robert De Niro como Al Capone.
Jack, o Estripador (Boa pergunta)
O humano: Não há muito o que dizer sobre o autor de uma série de assassinatos de prostitutas ocorridos em 1888, no distrito de Whitechapel, em Londres. O nome Jack, o Estripador, foi tirado de uma carta, enviada à Agência Central de Notícias de Londres por alguém que se dizia o criminoso. Não se sabe ao certo quantas vítimas foram, mas de acordo com relatos, onze mortes foram investigadas chegando a conclusão de que cinco delas foram feitas por Jack. Os corpos encontrados estavam mutilados e alguns tinham órgãos retirados.
A lenda na cultura pop: Além de livros e séries, Jack inspirou os cartunistas Alan Moore e Eddie Campbell a lançarem o romance gráfico From Hell, em 1989. Este serviu de base para o filme homônimo de Albert Hughes e Allen Hughes, de 2001, com Johnny Depp como inspetor Frederick Abberline.
O assassino do Zodíaco (Outra boa pergunta)
O humano: Assim como Jack, a identidade do assassino do Zodíaco nunca foi descoberta. No entanto, o caso do Zodíaco é ainda mais intrigante por ter ocorrido nas décadas de 60 e 70, quando o acesso a informação era mais fácil do que em 1888, vamos combinar. O assassino em série atuou na Califórnia no final da década de 1960, seu nome vem de uma série de cartas criptografadas e ameaçadoras enviadas à imprensa até 1974. Ao menos quatro homens e três mulheres entre 16 e 29 anos foram os alvos do assassino. Devido a falta de precisão do número de vítimas e a incapacidade de decifrar totalmente as cartas criptografadas, o caso foi encerrado em 2004 e reaberto três anos depois. Ainda não há solução para o caso.
A lenda na cultura pop: Em uma entrevista, Jim Morrison afirmou que a música Riders on the Storm, de 1971, foi parcialmente inspirada no assassino do Zodíaco. Há vários livros sobre o incidente. No cinema, vários personagens são inspirados no caso. Talvez porque a identidade do assassino ser ainda um mistério, não há muitos filmes baseados nos fatos, como o caso da exceção Zodíaco (2006), dirigido por David Fincher.
Lampião (Brasileiro. Nasceu em 1898 e morreu em 1938, aos 40 anos)
O humano: Virgulino Ferreira da Silva, conhecido como Rei do Cangaço e Lampião, foi o inimigo número um da polícia até seu assassinato. Lampião começou a matar para vingar a morte de seu pai, assassinado na sua frente. O Rei do Cangaço ganhou (e perdeu) a vida roubando, cobrando tributos de latifundiários e assassinando por encomenda ou vingança. Ficou famoso em todo país e chegou a ser chamado de “enviado de Deus” pelo Padre Cícero. Ao lado de sua mulher, Maria Bonita, foi assassinado e decapitado em um tiroteio, em 1938.
A lenda na cultura pop: Vários filmes e livros dão conta da história do maior cangaceiro brasileiro, incluindo um filme dos Trapalhões, O Cangaceiro Trapalhão (1983), de Daniel Filho. Além da comédia, vale ver O Cangaceiro (1953), de Lima Barreto e Baile Perfumado (1997), de Lírio Ferreira e Paulo Caldas, que recupera imagens verídicas de Lampião feitas pelo libanês Benjamin Abrahão, amigo íntimo de Padre Cícero, que conviveu intimamente com o bando de Lampião e recolheu imagens que foram apreendidas pelo governo brasileiro durante o Estado Novo (1937 – 1945).
Madame Satã (Brasileiro. Nasceu em 1900 e morreu em 1976, aos 76 anos)
O humano: João Francisco dos Santos foi um transformista carioca, que foi a figura mais conhecida da boemia da década de 30. De personalidade forte e perito na navalhada, Madame Satã se meteu em inúmeras brigas com a polícia. Foi preso diversas vezes e aos 71 anos de idade deu uma entrevista ao jornal O Pasquim em que afirmou que apenas um dos assassinatos associados a ele era de sua autoria.
Na cultura pop: Há dois bons filmes brasileiros sobre a vida de João Francisco dos Santos. A Rainha Diaba (1974), dirigido por Antonio Carlos Fontoura, com Milton Gonçalves no papel principal e Madame Satã (2002), dirigido por Karim Aïnouz, com Lázaro Ramos como protagonista.
O Bandido da Luz Vermelha (Brasileiro. Nasceu em 1942 e morreu em 1998, aos 55 anos)
O humano: João Acácio Pereira da Costa nasceu em Joinville, em Santa Catarina, mas foi em São Paulo que ganhou o nome de Bandido da Luz Vermelha. João tornou-se órfão ainda criança e acabou indo morar na rua. Foi morar em Santos no início da década de 60 e viajava de ônibus até São Paulo para realizar assaltos. Sua grande inspiração era Caryl Chessman, um criminoso estadunidense condenado a morte por crimes sexuais, que era conhecido como Red Light Bandit, por usar uma lanterna vermelha para amedrontar suas vítimas. Impressionado, João Acácio passou a usar uma lanterna idêntica nos assaltos. Até sua prisão, em 1967, no Paraná, o Bandido da Luz Vermelha realizou 77 assaltos, dois homicídios, dois latrocínios e sete tentativas de morte. Especula-se ainda que ele tenha estuprado mais de 100 mulheres.
A lenda na cultura pop: Virou tema da música Rubro Zorro, do grupo Ira!, mas seu maior é legado é o filme O Bandido da Luz Vermelha (1968), de Rogério Sganzerla, com Paulo Vilaça como protagonista. Sem a pretensão de relatar fatos veíridicos, o filme é considerado como um dos melhores do cinema brasileiro. Ganhou a continuação Luz nas Trevas – A Volta do Bandido da Luz Vermelha (2010), dirigida por Ícaro Martins e Helena Ignez, viúva de Sganzerla, com Ney Matogrosso como protagonista.