A atriz Isis Valverde tem motivos de sobra para comemorar a boa fase na carreira. Só em 2012, a artista estreia no cinema com o filme Faroeste Caboclo, protagoniza um episódio na série As Brasileiras, vai usar e abusar da sensualidade na próxima novela das nove Avenida Brasil e ainda passou no teste de um filme internacional, que mantém em segredo. Em entrevista ao jornal O Dia, deste sábado (03), ela falou sobre o momento profissional com tantas portas abertas. “Se eu vir que tenho chance e energia para fazer bem feito, não vou negar”, disse.

No longa inspirado na música homônima de Renato Russo, do Legião Urbana, a artista vai aparecer fumando maconha e bebendo. “Fumo muito cigarro de palha, de Minas. Como eles me viram fumando, falaram: ‘Ah, você já sabe como é’. Mas era a produção que preparava os rolinhos e dava pronto pra gente fumar. Tinha que acender cinco baseados de mentira por dia, por causa da continuidade da cena. O tabaco era ruim. A cabeça doía muito. Então, conseguimos um fumo da região feito de mama-cadela. Essa madeira tem um gostinho mais fraquinho e foi a salvação do elenco. A gente misturou com o tabaco e ficou maravilhoso”, explicou.

Questionada sobre a legalização das drogas, a atriz preferiu não entrar nessa polêmica. “É uma discussão delicada, fico neutra. Você as usa de tantas maneiras: ela pode parar uma dor de cabeça ou fazer a pessoa matar um filho”, opinou. Já sobre o consumo de drogas no filme, ela defendeu que foi uma época – nos anos 1980 – em que as pessoas não tinham noção da dependência. “Naquele momento era liberdade mental. Com tanta repressão, nenhum jovem aguentava”.

Para dar vida à Maria Lúcia, Isis viveu dois meses em Brasília e conheceu a família de Renato Russo. “Eu estava completamente apaixonada pela personagem, não sei se teria aguentado tanto tempo longe de casa, com tanta pressão, tanta solidão. Chorei muito, todos do elenco viveram essa saudade, foi muito intenso”, afirmou ela, que disse ainda que gosta de se entregar em tudo que faz. “Para mim, sexo, amor e paixão são coisas diferentes. Estar apaixonada me deixa mais criativa”.

“É um sentimento um pouco mais perigoso, porque você não sabe lidar direito, se deixa levar pelo impulso e, às vezes, não é bom. Quando se está apaixonada, a gente presta mais atenção nas coisas, cultua mais a vida, os amigos, o namorado, a família. Por isso, quando acaba um trabalho, dói tanto. Me entrego de maneira tão intensa, que choro no fim”, declarou.

A artista também fez questão de falar sobre sua personagem em Avenida Brasil, nova novela das nove. “Ela é de Moçambique (África) e veio para o Brasil há anos, por isso não tem sotaque. Faz de tudo para conseguir o que quer e odeia trabalhar. O negócio dela é desfilar de fio dental na praia, tomar uma cervejinha e sonhar com um casamento milionário, o resto que se dane. Tem libido aflorada, é pura sedução. Eu nunca tinha feito nada tão sensual. Criei a minha periguete. Uma mulher com pouca roupa mexe com os homens. Suéllen é bem real, é ela em primeiro lugar, doa a quem doer”.

Ao comentar sua participação em As Brasileiras, no qual sua personagem (Catarina) vai se envolver com um homem cinquentão interpretado pelo ator Humberto Martins, Isis falou já ter vivido algo parecido na vida real. “Já tive namorados 10, 14 anos mais velhos. Me ligo mais em um cara que tem um papo bacana, que faça a ligação. Ligou é o caminho. A gente não deve ficar se limitando: só namoro branco, só namoro negro… Não me importo com idade”.


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"Apaixonada, fico mais criativa", afirma Isis Valverde

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