Alexandre Nero na Mensch
Alexandre Nero, que vive o advogado Stênio em Salve Jorge, é a estrela da próxima capa da revista Mensch, que será publicada nesta terça-feira (09). Aos 43 anos, ele fala sobre suas mudanças de comportamento.
“Depois dos 40, você percebe o peso da responsabilidade. Esse peso varia de três a seis quilos e se concentra basicamente na faixa abdominal (risos). Tenho me percebido menos vaidoso depois dos 40 do que aos 20. Isso se deve ao fato, talvez, de que aos 40 você se sinta menos cobrado por si mesmo que aos 20, afinal, já fez e já se provou muito”.
Ele ainda fez sua autocrítica: “Sou um feroz consumidor da sabedoria alheia. Todos os meus amigos são mais cultos, inteligentes e talentosos do que eu. Por hora sou um farsante, um plagiador, mediano, um medíocre e, às vezes, mesmo que muito esporadicamente, também consigo algo perto do brilhante”.
Além disso, o ator comenta o fim de relacionamentos: “O tempo corrói tudo. Ferro, madeira, aço, pele, osso, plástico, até memória, e por que seria diferente com sentimentos? Temos dificuldade em aceitar o desgaste das coisas, os fins. O exemplo disso é a vida pós-morte. É necessário que pensemos que isso exista para que nos sintamos importantes. As coisas acabam, e deveríamos aceitar isso com naturalidade, mas não aceitamos”.
Ainda na entrevista, ele deu sua opinião sobre o humor, que considera algo subjetivo: “Pode ser engraçado pra um, e não pra outro. Aliás, virou moda agora que humor é só o que se faz rir. Não é! É importante que se diga que humor não comporta só ‘bom’ humor. O ‘mau’ humor é o seu complemento. Poesia não se faz somente falando de flores. É preciso meter a mão no esterco pra tirar palavras. Assim é com humor. Humor não é feito só pra gargalhar. Como poesia não é feita só pra ser linda e nem música só pra animar a festa. Tem vezes que não se ri, nem por isso deixa de ser humor. Nem toda rima é poesia, nem todo samba é pra dançar. Mania de falarem da arte apenas como algo belo, leve ou doce. Algo que serve apenas para ‘aliviar a vida dura’. A arte deve também ser terrível quando solicitada. Quando o piá apronta, a mãe alerta: Já tá fazendo arte!. É isso! ‘Mães’ temem a arte, por que arte é desobediente, incomoda. A arte ataca! Arte não é cordeiro, arte é predador! O artista é um deformador de opinião”.
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