Único evento com formato de rodada simples, o Grande Prêmio de Mônaco deve se constituir na prova mais difícil da temporada de estréia da Fórmula GP2. A avaliação é de Xandinho Negrão, um dos pilotos brasileiros da Hitech Piquet Sports – o outro é Nelsinho Piquet. Em função do elevado número de corridas de apoio incluídas na programação do GP de Fórmula 1, as duas sessões de treinos da sexta-feira, com duração de 30 minutos, cada serão realizadas em intervalo de apenas meia hora. A segunda definirá a ordem de largada dos 22 carros.

“Mais do que em qualquer outra pista desconhecida, a adaptação aqui será um problema e tanto”, reconhece Xandinho, que vem da conquista do primeiro ponto numa das corridas realizadas em Barcelona. “Vou precisar me familiarizar com o traçado tendo, ao mesmo tempo, que andar rápido e com extremo cuidado. Afinal, todos sabem que o erro em Mônaco se paga com uma batida no muro. E com tão pouco tempo para consertar o carro, o prejuízo pode ser ainda bem maior”, lembra o atual campeão sul-americano de Fórmula 3.

Na noite passada, a Confederação Brasileira de Automobilismo promoveu a solenidade de premiação dos campeões nacionais da temporada passada. Xandinho não pôde receber o troféu do Campeonato Brasileiro de Endurance e foi representado pelo tio Guto Negrão, que conduziu o Audi TT-R DTM na vitoriosa campanha de 2004 ao lado do sobrinho e do irmão Xandy. Nesta terça-feira, Xandinho pretendia fazer o reconhecimento do circuito com uma scooter. O problema era a chuva na Riviera Francesa. “Já dei uma volta de carro, mas os trabalhos de montagem ainda estão em andamento e não pude percorrer todos os pontos da pista.”

Os organizadores da Fórmula GP2 estão confiantes na redução dos problemas mecânicos que marcaram as etapas de San Marino e da Espanha. Em Barcelona, Xandinho perdeu uma ótima chance de pontuar pela segunda vez quando o seu carro apagou na largada quando partiria da pole position. “Foi um defeito no fio que liga o volante à embreagem. Trocamos toda a fiação e acreditamos que a pane não se repetirá”, informa Xandinho. A preocupação das equipes se volta agora à resistência do câmbio e dos freios, duramente exigidos em Mônaco. “Deve doer o pé de tanto que se freia aqui”, imagina Xandinho.

Em função das características únicas do asfalto pouco abrasivo das ruas de Montecarlo, a Bridgestone – fornecedora oficial de pneus da Fórmula GP2 – produziu um composto de borracha supermacia que será usado apenas neste fim de semana. A expectativa da empresa é que os pneus ajudem os pilotos a andar mais forte. Apesar dos contratempos técnicos, a Fórmula GP2 vem sendo marcada pela competitividade e equilíbrio. Foram quatro vencedores diferentes em quatro etapas. A corrida de sábado, na distância de 180 quilômetros e uma parada obrigatória para troca de dois pneus, não tem favoritos destacados.


int(1)

Xandinho espera por prova mais difícil do ano