O sonho de ver o Brasil voltar a fazer uma final de Copa do Mundo contra o Uruguai no Maracanã e vingar a derrota de 1950 é alimentado por muitos torcedores que sofreram com o chamado Maracanazo, entre eles ninguém menos que Pelé, que nesta quinta-feira (15) admitiu torcer pela realização da revanche.
“Se tivesse uma força divina para decidir, colocaria Brasil e Uruguai na final. Quero muito essa revanche, e sei que o povo também. Lembro o quanto sofremos naquele Mundial de 1950. Vi meu pai chorando, minha família triste. Gostaria muito de ver o povo feliz e a alma lavada”, comentou o ex-jogador, que esteve no Rio de Janeiro para uma ação comercial.
O Rei do Futebol, que tinha nove anos na época, lembra que quando viu o pai, o ex-jogador Dondinho, chorando por causa da derrota, lhe prometeu que ganharia a primeira Copa do Mundo do país. A promessa foi cumprida em 1958, na Suécia, quando ele conquistou o Mundial aos 17 anos.
Pelé também comentou sobre os protestos contra os gastos excessivos para a organização da Copa do Mundo. Segundo ele, os jogadores não têm culpa pela corrupção, e por isso pediu o apoio da torcida durante a competição.
“Esses movimentos são legítimos, e entendo bem. Todos podemos protestar, mas sem confundir. Não devemos misturar as coisas. As pessoas precisam entender que os jogadores não têm culpa pela corrupção, não têm nada a ver com os problemas políticos do país. Não podemos estragar o momento deles”.
Por fim, o tricampeão mundial ressaltou que não é contra as manifestações, quer apenas que os brasileiros não torçam contra a seleção que contribui para o conhecimento do Brasil.
“O futebol brasileiro sempre deu alegria e valorizou nosso país. Em 1958 (ano do primeiro título mundial), por exemplo, ninguém conhecia o Brasil. Temos que aproveitar essa festa, esse momento único após tanto tempo”, concluiu.