A maior organização de MMA do mundo, o UFC, inaugurou suas categorias femininas há dois anos e Ronda Rousey segue sendo uma das principais figuras do evento, ao lado de Jon Jones e Anderson Silva. A primeira mulher a pisar em um octógono (fora as ring girls), porém, foi uma árbitra, Kim Winslow. No último domingo (22), Camila Albuquerque seguiu o legado de Kim e se tornou a primeira brasileira a arbitrar o evento.
Não pense, entretanto, que Camila é novata nesse mundo. Ela já separou muito marmanjo no meio da pancadaria: foram nada menos que 135 lutas arbitradas, incluindo as duas últimas pelo UFC em Porto Alegre. Aos 30 anos, ela é faixa azul de jiu-jitsu e treina Sanda, uma modalidade do kung-fu.
Sua trajetória começou no Kung Fu, quando começou a treinar em 2005. Três anos depois, por causa de uma lesão no joelho, passou a arbitrar lutas de kung fu para se manter em contato com o esporte. Desde então, arbitrar se tornou sua paixão e ela ingressou no curso de Mário Yamasaki, o outro árbitro brasileiro do UFC, em Manaus e desde então fora 135 lutas em 44 eventos. Ela é a única mulher no quadro atual da CABMMA (Comissão Atlética Brasileira).
Antes de mergulhar no mundo das artes marciais, Camila se formou em Veterinária e até hoje divide-se entre os ringues e o seu consultório em Fortaleza. Ela também prefere focar nas suas duas profissões e recusa o rótulo de “musa”. “Minha mãe costuma dizer que dos cinco filhos, eu sou a menos vaidosa. Mas assim, tem que ter os cuidados básicos. Gosto de me maquiar, de estar com uma roupa legal e com as unhas feitas. Mas, eu deixo esse cargo de musa para a Ronda. Acho que não tem isso. A arbitragem boa é aquela: ‘quanto menos aparecer na luta, melhor ela é’ ”, resume a árbitra para o site O Povo.