O Campeonato Uruguaio terá rodada normal neste fim de semana após um acordo alcançado nesta sexta-feira entre o governo e os clubes que esclareceu a decisão do presidente José Mujica de retirar o policiamento dos estádios onde jogam Nacional e Peñarol e que colocava em risco o desenvolvimento do campeonato.
Mujica recebeu na sede do governo o presidente da Associação Uruguaia de Futebol (AUF), Sebastián Bauzá; e os do Peñarol, Juan Pedro Damiani; e do Nacional, Eduardo Ache.
Após uma reunião de mais de duas horas, o grupo chegou a um acordo em virtude do qual se definiu que a polícia ficará nos estádios apenas para proteger os árbitros e a equipe de arrecadação.
Todo a segurança restante deverá ficar a cargo dos clubes. Além disso, ficou esclarecido que a polícia será responsável pelos acessos e as regiões próximas aos estádios.
O secretário da presidência, Homero Guerrero, explicou em entrevista coletiva na saída da reunião que os clubes também se comprometeram a melhorar a tecnologia para identificar pessoas envolvidas nos atos de violência e promover a adoção do código de disciplina da Fifa.
“O Uruguai é um país amante de futebol por excelência e não é de interesse de ninguém que o futebol seja prejudicado. A medida tomada ontem pelo presidente está vigente, mas vamos continuar trabalhando para solucionar este tema”, declarou Guerrero.
Ontem, o presidente uruguaio ordenou que o Ministério do Interior não libere mais policiais para fazer a segurança dos jogos no Parque Central, casa do Nacional, e no Centenário, principal estádio do país e onde o Peñarol costuma mandar suas partidas.
Na quarta-feira, torcedores violentos do Nacional protagonizaram graves incidentes no estádio Centenário que terminaram com 40 deles detidos e 13 policiais feridos após o fim da partida que sua equipe perdeu por 4 a 2 para o argentino Newell’s Old Boys, válida pelo Grupo 6 da Taça Libertadores da América.
Esse resultado provocou a eliminação antecipada do Nacional do torneio.
A Confederação Sul-Americana de Futebol abriu uma investigação por conta da briga de quarta-feira e pelo fato de os torcedores do Nacional terem utilizado explosivos durante a partida, e a equipe uruguaia enfrenta a possibilidade de uma dura sanção econômica.
