A seleção
uruguaia fez seu dever de casa neste domingo, atropelando a seleção taitiana
por 8 a 0 na Arena Pernambuco, se classificando assim para enfrentar o Brasil
nas semifinais da Copa das Confederações.
O grande nome da goleada foi o atacante Abel Hernández, que substituiu Edinson
Cavani, poupado, e balançou as redes quatro vezes. Luis Suárez, que entrou na
segunda etapa fez outros dois. Diego Pérez e Nicolás Lodeiro também deixaram
sua marca.
Eliminada, a seleção taitiana, que mais uma vez contou com o apoio do torcedor
brasileiro, sai da competição com o simbólico título de “queridinha”
da Copa das Confederações. Em três jogos foram 23 gols sofridos e apenas um
marcado na primeira grande competição da história do futebol do país polinésio.
No fim do jogo, todos os jogadores da Toa Aito, como a equipe nacional é
conhecida, entraram em campo com bandeiras brasileiras, levando ao delírio o
público que estava no estádio. Além disso, ostentaram faixa com os dizeres
“Obrigado Brasil”.
A classificação celeste veio com a goleada, e também com a derrota da seleção
nigeriana para os espanhois, por 3 a 0. Os dois resultados fizeram os campeões
mundiais terminarem na primeira colocação com nove pontos, os sul-americanos em
segundo com seis, os africanos com três, e os taitianos sem nenhum.
Nas semifinais, os atuais campeões da Copa América enfrentarão o Brasil na
próxima quarta-feira, no Mineirão. Na outra partida, o duelo será entre Espanha
e Itália, no Castelão. A final acontecerá no próximo domingo, no Maracanã.
A seleção uruguaia, ciente do grande favoritismo, entrou em campo com um time
repleto de reservas. Lugano, suspenso, já era desfalque certo, já Cavani,
pendurado, seria preservado. Outros titulares como Muslera, Godín, Rodríguez,
Forlán e Suárez ficaram de fora. Assim, o botafoguense Lodeiro pôde começar
jogando.
Os taitianos, por outro lado, atuaram com a mesma base das duas primeiras
partidas na competição, apesar de o técnico Eddy Etaeta ter dado a entender que
colocaria um time misto. Os únicos estreantes no torneio foram o goleiro
Gilbert Meriel e o atacante Samuel Hnanyine.
O massacre deste domingo começou cedo. Aliás, de cabeça, Abel Hernández fez o
gol mais rápido da competição, aos 2 minutos de jogo. A marca anterior era de
Neymar, que levou 3 para abir o placar do duelo contra os japoneses, na
primeira rodada.
A seleção da Oceania, por outro lado, viu ser quebrado um registro curioso na
Copa das Confederações. Contra Nigéria e Espanha havia levado o primeiro gol
aos 5 minutos de jogo. Diante dos africanos, Jonathan Terau marcou contra, e na
partida contra os campeões mundiais, coube a Fernando Torres abrir o placar.
Igual aos outros dois jogos foi a postura taitiana, que apesar da imensa
inferioridade técnica, não se acovardou e tentou sair para o jogo, empurrado
pelo torcedor que compareceu à Arena Pernambuco. Ainda assim, o goleiro Martín
Silvapodia fazer uma estreia tranquila na Copa das Confederações.
A seleção uruguaia inexplicavelmente ia perdendo chances de fazer 2 a 0. Isso
durou até que aos 24 minutos do primeiro tempo, Hernández foi lançado, se
aproveitou da ingênua linha de impedimento dos adversários, dominou, se livrou da
marcação de Jonathan Tehau e fuzilou para ampliar.
Não deu nem para comemorar o segundo, e aos 27, Diego Pérez foi lançado sozinho
na área por Gargano. O volante se esticou todo, cabeceou na trave e ainda pegou
o rebote para fazer o terceiro gol dos uruguaios.
O Taiti até tentou assustar, com Chong Hue, que aos 39 minutos, driblou Scotti,
passou pelo goleiro, mas que acabou deixando a bola sair antes de finalizar.
Seis minutos depois, a seleção da Oceania foi castigada com o quarto gol, mais
um de Hernández, que recebeu na área e fez um belo gol, dando toquinho na saída
de Meriel.
Apesar do placar elástico, o segundo tempo começou cheio de emoção. Logo aos 3
minutos, Vallar derrubou Aguirregaray na área, e o árbitro português Pedro
Proença marcou pênalti. Na cobrança, Scotti cobrou, mas o goleiro taitiano fez
a defesa, em dois tempos.
No minuto seguinte, o defensor do Nacional, matou um contra-ataque, recebeu
segundo cartão amarelo e foi expulso. Seis minutos depois foi a vez de Ludivion
marcar uma falta e ser advertido com cartão, também pela segunda vez.
Com mais espaço, os uruguaios não demoraram a ampliar o placar. Aos 16 minutos
do segundo tempo, Gargano fez ótima jogada pela esquerda e chutou forte para o
meio da área, Lodeiro apareceu sem marcação e só colocou o pé na bola para
empurrá-la em direção às redes.
Os campeões sul-americanos tiveram um segundo pênalti a favor aos 26 minutos,
quando Chong Hue derrubou Aguirregaray. Dessa vez, Hernández foi para a
cobrança, mostrou muita categoria e fez seu quarto gol, o sexto da Celeste.
O atacante do Palermo apareceu mais uma vez aos 34 minutos do segundo tempo,
mas dessa vez sem marcar gol. Após ser lançado na área, Hernández dominou, mas
se enrolou com a bola e não conseguiu finalizar para redes.
Luis Suárez, que entrou no decorrer da etapa complementar, mostrou como se faz
no lance seguinte. Depois de receber em na intermediária, o goleador se livrou
da marcação e tocou com sutileza no contrapé de Meriel, fazendo 7 a 0.
E o atacante do Liverpool teve tempo para balançar as redes mais uma vez, aos
45 minutos do segundo tempo. Depois de vacilo da zaga taitiana, Hernández
recebeu na entrada da área, serviu Suárez, que finalizou com categoria para
fazer seu terceiro gol na competição.
Ficha técnica:
Uruguai: Martín Silva; Aguirregaray, Coates, Scotti e Álvaro Pereira; Diego
Pérez, Gargano, Eguren e Ramírez (Suárez); Lodeiro e Hernández. Técnico: Óscar
Tabárez.
Taiti: Meriel; Simon, Jonathan Tehau, Vallar, Ludivion e Aitamai (Lemaire);
Caroine, Vahirua, Hnanyine (Tihoni) e Chong Hue; Lorenzo Tehau (Atani).
Técnico: Eddy Etaeta.
Árbitro: Pedro Proença (Portugal) auxiliado pelos compatriotas Bertino Miranda
e Jose Tiago Trigo.
Gols: Hernández (4), Diego Pérez, Lodeiro e Suárez (2) (Uruguai).
Cartões amarelos: Scotti, Gargano (Uruguai); Ludivion, Vallar e Chong Hue
(Taiti).
Cartão vermelho: Scotti (Uruguai) e Ludivion (Taiti).
Estádio: Arena Pernambuco, em Recife.