O atleta americano Tyson Gay, que recentemente testou positivo no exame antidoping, ingeriu “esteroides externos naturais”, por isso que pode ficar afastado das competições por dois anos, segundo a emissora britânica BBC.
Foi o próprio atleta, especialista na prova dos 100m, que anunciou no mês passado que a Agência Americana Antidoping (Usada, por sua sigla em inglês) tinha avisado sobre o resultado positivo em um teste antidoping realizado em maio, antes do Mundial de Atletismo de Moscou.
Embora não tenha especificado qual a substância ingerida pelo atleta para testar positivo, a emissora britânica divulgou hoje uma carta que a Usada enviou para o atleta, na qual confirma que Gay tomou esteroides.
“Através da prova de isótopos de carvão, foi descoberto que a amostra oferecia resultados analíticos anômalos, o que reflete na ingestão de esteroides externos naturais”, diz a carta que a instituição enviou para o atleta em 23 de julho.
A carta também alega que testar positivo em uma prova de doping por este tipo de “anabolizante” – produtos químicos utilizados para acelerar o metabolismo- é uma violação do Código Mundial Antidoping (Wada, por sua sigla em inglês).
Sob as normas deste código, a pena máxima que poderia ser aplicada ao atleta declarado culpado é a proibição de competir por dois anos.
Após ser informado sobre os resultados em julho, o esportista de 30 anos se retirou voluntariamente da equipe dos Estados Unidos selecionada para o Mundial de Atletismo, que aconteceu entre os dias 10 e 18 de agosto.
Desde então, a Usada segue investigando o caso antes de submeter o esportista a uma audiência disciplinar nas próximas semanas.
Por sua parte, Gay atribuiu a culpa a um membro de sua equipe e afirmou que “nunca” tinha tomado “conscientemente droga alguma para melhorar o rendimento”.
“Não é questão de sabotagem. O que aconteceu é que confiei na pessoa errada”, comentou o velocista, que foi campeão mundial de 100 e 200 metros em Osaka 2007, ano no qual foi eleito melhor atleta do Mundial.
“Espero poder voltar a correr em breve, mas aceitarei qualquer punição que mereça”, acrescentou o esportista quando o doping foi descoberto.
Em resposta às confissões de Gay, um porta-voz da Usada afirmou que a instituição apreciou “sua voluntária decisão de se retirar da equipe americana durante as últimas competições”, disse em entrevista à BBC.
Neste ano, Tyson Gay tinha recuperado toda a potência após um ano de lesões e de passar por uma cirurgia na costela.
Suas marcas da temporada -9s75 nos 100m e 19s74 nos 200m – dava esperanças para equipe americana para vencer o jamaicano Usain Bolt no Mundial de Moscou.