<br> Não foram só alegrias que viveu o torcedor do Bahia neste domingo (25). Apesar do tão almejado acesso à série B do Campeonato Brasileiro, a festa foi manchada por uma tragédia que aconteceu no estádio da Fonte Nova, local do jogo em que o Bahia empatou por 0 a 0 com o Vila Nova.

Por volta dos 35 minutos da segunda etapa da partida, um anel superior do estádio cedeu, e os torcedores que se encontravam ali despencaram de uma altura de 20 metros, equivalente a um prédio de cinco andares. Após o acidente, mais de 40 pessoas ficaram feridas e sete morreram na queda.

Oficialmente o número de torcedores presentes no estádio chegava a 60 mil, mas há relatos de que houve uma invasão de público nos minutos finais da partida, o que teria ajudado na queda da arquibancada.

<b>Tragédia anunciada</b>

Apesar da superlotação, a Fonte Nova não é dos melhores estádios. De acordo com Sindicato Nacional das Empresas de Arquiteturas e Engenharia (Sinaenco), o estádio é piores dentre os 29 principais do Brasil. Problemas no banheiro, de ferrugem e oxidação foram apontados pelo estudo divulgado em 1° de novembro, para avaliar os possíveis estádios da Copa de 2014.

No entanto, a Fonte Nova não faz parte do planos do governo baiano para a Copa. A idéia dos mandatários do estado é construir uma nova arena, com parceria privada, que teria direito de ganho sobre qualquer evento que ocorresse no estádio por um período de tempo, como o Mundial.

Um dos médicos do Bahia, Willian, revelou, enquanto cuidava das vítimas no gramado, que a situação poderia ser bem pior. “No campo tinha várias pessoas em situação grave, com fraturas expostas em membros inferiores, lesões na coluna, pessoas sendo atendidas”. Oito pessoas morreram.

<b>De luto, diretoria do Bahia cancela festa</b>

A festa estava toda preparada. Trios elétricos já estavam a postos para dar início à comemoração pelo acesso à série B. No entanto, assim que soube da tragédia, a diretoria do clube cancelou qualquer tipo de festejo. O presidente do Bahia, Petronio Franca Barradas, deve decretar três dias de luto e ainda fazer com que o time jogue com tarjas pretas no braço na última rodada, contra o CRAC-GO.

O publicitário Marcos Carneiro, que estava a dez metros do local no momento da tragédia, contou que os torcedores despencaram das arquibancadas direto para o meio da rua, e acredita que a situação fosse pior caso Nonato convertesse o pênalti que perdeu. “A Fonte Nova já balança… Imagine se todo mundo pulasse com um gol do Bahia?”.

Essa é mais uma situação triste em um país que quer sediar um mundial daqui sete anos. As lições de São Januário (na final da Copa João Havelange de 2000, quando o alambrado do superlotado estádio caiu) não foram aprendidas, e o descaso com o torcedor segue. Até quando?

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Tragédia causa morte de torcedores na Bahia